Daniel Almeida cobra criminalização da homofobia

No dia em que o mundo celebra o Dia Internacional de Luta e Combate à Homofobia, Lesbofobia e Transfobia, nesta terça-feira – 17 de maio, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), fez um discurso na Câmara para alertar o parlamento brasileiro sobre o título ostentado pelo país de “campeão mundial de homicídios homofóbicos”. Segundo ele, isso ocorre pela homofobia, reforçada pela impunidade dos criminosos. 

Daniel Almeida cobra criminalização da homofobia

Ele citou o caso mais recente, de ontem à noite, quando a transexual cearense, Lauvandersa, foi barbaramente assassinada, com 30 facadas às margens da BR 222, próximo a Caucaia, no Ceará. Segundo a Polícia o corpo apresentava várias perfurações de facão, localizadas principalmente nas costas, o que caracteriza o ódio por parte do assassino.

“Fatos como este, bárbaro, devem provocar nossa atenção para o debate e a aprovação de um marco legal que criminalize a homofobia e transfobia no país”, cobrou Daniel Almeida, apelando “a todos os nossos pares, para que possamos reservar um espaço para a promoção das políticas por mais direitos e que estimulem o respeito à diversidade sexual no Brasil. Que aproveitemos esta data para refletir sobre estes assuntos.”

Datas e números

O Dia Internacional de Luta e Combate à Homofobia, Lesbofobia e Transfobia foi criado em 1990, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, este dia se tornou símbolo da luta por direitos humanos, pela diversidade sexual e contra a violência e o preconceito. No Brasil, a data faz parte do calendário oficial desde 2010.

“Apesar de o Brasil ostentar um vibrante lado cor de rosa, com a maior parada gay do mundo, com um deputado gay assumido e célebres artistas assumidamente lésbicas, nosso país é marcado pelo sangue: a cada 27 horas, um gay ou travesti é barbaramente assassinado, vítima de crime de ódio”, disse o deputado.

Em 2016 foram documentados 318 assassinatos de LGBT. Só este ano já foram assassinados 113 LGBT, 12 na Bahia, o segundo estado mais homofóbico, depois de São Paulo, que fez 19 vítimas. Os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB), retirados do Blog “Quem a Homotransfobia matou hoje”, atualizados diariamente pela entidade. “E lastimavelmente esses números estão aumentando”, destacou o deputado.