Movimento de Mulheres portuguesas aprova moção a favor da Palestina

O Movimento Democrático de Mulheres de Portugal, reunido no fim de semana, aprovou moções que serão endereçadas a entidades portuguesas e europeias, mostrando a preocupação da entidade com os conflitos atuais, com incidência particular na América latina. "Queremos sublinhar a nossa solidariedade e determinação com as mulheres de Cuba, Brasil; Venezuela, Palestina e tantas outras", escreveu Regina Marques, do secretariado executivo do MDM, na nota distribuída à imprensa.

Dístico do Movimento Democrático de Mulheres

Leia a seguir a moção aprovada a favor da Palestina:

Moção por um Estado Palestino livre, viável e soberano

Ao MNE de Portugal,
Ao Parlamento Europeu,
Comissão Amizade com a Palestina na Assembleia da República,
FDIM,
União das Mulheres da Palestina,
Missão Diplomática Palestina em Portugal,
Associações e movimentos sociais – Comunicação social,

No ano em que se assinala o 68º aniversário do dia de NAKBA, que tem como significado a limpeza étnica sofrida na Palestina, quando os palestinos se tornaram exilados na sua própria Pátria, com a maioria das terras confiscadas e os direitos civis reduzidos ou eliminados, o CN do Movimento Democrático de Mulheres expressa toda a sua solidariedade com o povo palestino e as mulheres na sua luta pelo fim da ocupação israelita, por uma pátria livre, viável e soberana.

Como mulheres sentimo-nos chocadas e indignadas pela catástrofe humanitária que se faz sentir diariamente nos territórios da Palestina, manifestamos a nossa profunda solidariedade com todas as vítimas, com as mulheres e crianças sujeitas a dificuldades acrescidas e com todo o Povo Palestino.

A nossa voz junta-se à voz de milhares de cidadãos e cidadãs que denunciam as práticas criminosas e impunes que o Estado de Israel leva a cabo nos territórios da Palestina sobre mulheres, crianças, homens, práticas que põem em causa, de forma criminosa, todos os princípios e direitos humanos.

É com grande preocupação e apreensão que assistimos ao aumento dessas práticas de terror, de repressão generalizada, por parte de Israel, que de forma hipócrita e demagoga se defende do que diz serem ataques palestinianos, que não olha a meios para matar, ferir, prender, torturar (inclusive crianças), que se apropria de terras, que divide e isola aldeias, que levanta muros e barreiras, que continua a construir colonatos, desmantelando o território da Palestina, aumentando o território ocupado, fazendo com que aumente o êxodo dos palestinos.

E tudo isto acontece com a protecção cúmplice dos EUA e a complacência e silêncio da UE. E tudo isto acontece, apesar das resoluções da ONU, das muitas deliberações da Assembleia-Geral da ONU, das Convenções de Genebra. Os Palestinos continuam a ser expulsos das suas casas, das suas terras, continuam a não ter o direito de regressar à sua Terra, continuam a viver sem direitos debaixo de um clima de guerra, de repressão, de terror, de verdadeiro apartheid.

O CN do MDM não desliga a causa da Palestina, da guerra e dos focos de tensão que se vivem hoje no mundo árabe e, em particular, no Médio Oriente, onde o imperialismo joga como ator e cúmplice e onde o papel desestabilizador de Israel tem sido fundamental.

Consideramos, por isso, que a luta das mulheres da Palestina, e do seu povo, se entrelaça com a luta das mulheres árabes, sabendo que a paz na região só será alcançada se também for resolvida a causa da Palestina, se o povo palestino puder exercer o seu direito inalienável de construir o seu estado independente, na sua terra, se forem cumpridas as recomendações e resoluções da ONU.

O MDM entende que o Governo português e a EU devem ser coerentes com o imperativo ético de condenar o Estado de Israel pela sua continuada agressão e devem assumir urgentemente a responsabilidade política de pôr em prática as medidas eficazes para o restabelecimento de uma Paz justa e duradoura no Médio Oriente, o que pressupõe:

  • o fim da ocupação israelita, o fim dos colonatos e o desmantelamento do muro de um novo apartheid;
  • a criação de um Estado Palestino independente, viável e soberano, com as fronteiras de 1967;
  • a garantia aos refugiados e seus descendentes de poderem regressar à sua Terra;
  • a tomada de medidas apropriadas que sancione as políticas de Israel, face ao desrespeito pelo Direito Internacional e pelas resoluções das Nações Unidas.