Rubens Pereira Jr: Chance de Mudança 

Em meio à grave crise política nacional, pouca gente lembra, mas estamos perto das eleições deste ano. Agora é hora de cada um dos mais de quatro milhões de eleitores maranhenses levantarem sua voz para decidir o futuro de cada um de nossos 217 municípios.

Por Rubens Pereira Júnior* 

Rubens Pereira Jr: Chance de Mudança - Agência Câmara

É a hora de fazer valer o parágrafo único do artigo 1º de nossa Carta Magna: “Todo o poder emana do povo”. Infelizmente em nossa crise política recente, a maioria do Congresso Nacional decidiu fazer o contrário. Em vez de ouvir a população por meio de um novo pleito ou de plebiscito, escolheu por eleição indireta um governo ilegítimo.

Por causa desse golpe à democracia, as eleições de outubro vão ocorrer em meio a uma grave crise e instabilidade política grave. Um momento que exige ainda mais a nossa reflexão sobre o que esperamos de nossos representantes – tanto prefeitos quanto vereadores. O que queremos para nossas cidades e nosso país? Depois de tantos meses nos manifestando, é hora de tomarmos um posicionamento claro.

Na minha opinião, será uma hora crucial de separar o joio do trigo. Isso porque, além da crise política de proporções nunca vistas, esta eleição municipal ocorrerá em outra situação inédita. Pela primeira vez em nossa intermitente democracia, uma eleição se dará sem que as empresas possam fazer doações para as campanhas eleitorais.

Essa mudança é positiva e essencial, resultado da luta de muitos que querem ver o fim da corrupção institucionalizada na política. Foi a minha bandeira e do meu partido na Câmara dos Deputados. Daquela tribuna, denunciei que o financiamento privado em verdade cria um Congresso Nacional formado por bancadas terceirizadas aos interesses dos financiadores de campanha.

Essa alteração deve equilibrar bastante a disputa, focando mais nas propostas apresentadas. Afinal, até agora, dinheiro de empresas permitia a interferência do poder econômico sobre o poder político, que é o das pessoas.

O financiamento público é a garantia legal do princípio de “um homem, um voto”, princípio desenvolvido pelo inglês John Locke, pai do liberalismo no século 17, de que cada ser humano tinha um peso igual no processo decisório. Todos devem ser iguais diante da lei. Com o financiamento empresarial, poucas pessoas – os sócios de uma empresa – têm potencial de conseguir muitos votos, com o financiamento de determinado candidato. Uma distorção da qual o Brasil estará livre pela primeira vez.

Tem político que não sabe como será a eleição sem a participação de empresas. Mas que se virem. É o início da mudança na democracia brasileira. Com regras iguais e justas para todos, acredito que prevalecerá o debate sobre conteúdo e propostas. Nesse cenário, aposto na vitória majoritária dos candidatos que defendem a bandeira das mudanças em nosso estado, que vêm sendo capitaneadas pelo governador Flávio Dino em um governo construído por todos nós.

Estarei nessa luta ao longo dos próximos meses, sem abrir mão das minhas missões na Câmara dos Deputados em Brasília. Nesse período, também aproveitarei para ouvir as demandas dos maranhenses nas cidades que eu visitar. Prepare-se também para este momento, participe, debata e use conscientemente o direito de votar! Todos nós só temos a ganhar.