Após reunião com Dilma, movimentos analisarão proposta de plebiscito

A presidenta eleita Dilma Rousseff participou, nesta terça-feira (14), de encontro com representantes de movimentos sociais e senadores. Na reunião, ela apresentou a proposta de realização de um plebiscito para que a população decida se quer ou não convocar novas eleições. As entidades pretendem agora discutir o tema e se posicionar de forma coletiva. Na próxima segunda-feira (20), o Coletivo Nacional da Frente Brasil Popular reúne-se e deve posicionar-se sobre a questão.

Requião e movimentos sociais

Além de Dilma, participaram da reunião os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Jorge Viana (PT-AC) e Armando Monteiro Neto (PTB-PE), além de integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e dirigentes partidários. Para Requião, o Brasil ruma a passos largos rumo ao plebiscito. Mais cedo, o parlamentar escreveu no Twitter que o "impeachment é ilegal e novo governo ferra o povo", e defendeu novas eleições.

No encontro, Dilma reiterou que houve no país uma ruptura democrática e que a saída para a crise política passa por devolver ao povo a prerrogativa de decidir os rumos do país. E é nesse sentido que ela coloca a proposta do plebiscito para discussão, uma ideia já defendida pelo PCdoB.

Os representantes dos movimentos sociais ouviram os argumentos da presidenta e dos senadores que apoiam a proposta. Algumas entidades já manifestaram a opinião de que novas eleições seriam necessárias; outras, que tinham dúvidas sobre a pertinência da ideia, se comprometeram a avaliar a questão, levando a discussão para dentro de seus fóruns.

Segundo Requião, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) pediram três dias para afinar o discurso com suas respectivas bases. O que os une é a luta para derrubar o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

Na terça que vem (21), a expectativa é de que uma nova assembleia possa unificar todas as posições. A presidente Dilma já teria inclusive o esboço de uma “Carta ao Senado”, na qual assume uma série de compromissos, caso retorne ao cargo com a suspensão do impeachment.

O debate em torno da realização do plebiscito vem ganhando força nos últimos dias. Na última quinta-feira, a própria Dilma admitiu, em uma entrevista à TV Brasil, a possibilidade de realizar um plebiscito sobre o assunto, caso consiga reverter o processo de impeachment e voltar ao cargo.