Chico Lopes: "Câmara tem obrigação de cassar Eduardo Cunha" 

Após ter sido aprovado o parecer do Conselho de Ética pedindo a cassação do presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta terça-feira (14), depois do mais longo processo a tramitar no colegiado, o plenário da Câmara dos Deputados tem a obrigação de aprovar o parecer e cassar o ex-presidente da Casa.  

Chico Lopes: "Câmara tem obrigação de cassar Eduardo Cunha" - Agência Câmara

A avaliação é do deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que aponta que o Conselho de Ética, com a votação por 11 a 9, a favor da cassação de Cunha, finalmente entendeu o clamor da população.

"A diferença foi até muito pequena, 11 a 9, mesmo diante de um parlamentar com tantas denúncias contra ele e que utilizava seu poder de deputado e de presidente da Câmara para benefício próprio, para pautar o golpe no nosso País e para trabalhar contra o Brasil, contra a democracia", aponta Chico Lopes , que desde o início denunciou a total ilegitimidade de Cunha para pautar e conduzir a votação do pedido de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.

"Mesmo com esse parecer que finalmente deu uma alegria para quem não entendia como é que Cunha ainda não foi cassado nem preso, é preciso mobilizar o maior número de pessoas pressionando seus deputados, nos estados. É preciso garantir que seja alcançado o número mínimo de 257 votos, para garantir a cassação.

“É preciso mobilização e pressão por um resultado que espelhe a justiça e a vontade do povo brasileiro. Não podemos baixar a guarda", afirma Chico Lopes.

Derrotar o golpe, restabelecer a democracia

Para Chico Lopes, a iminente cassação de Eduardo Cunha, já afastado pela Justiça tanto da presidência da Câmara quanto do mandato de deputado federal, fortalece o entendimento de que houve uma grande injustiça cometida contra a presidenta Dilma.

"Um presidente da Câmara que já enfrentava tantas denúncias se achou no direito de conduzir um julgamento contra uma presidente democraticamente eleita e sem acusação nenhuma de corrupção contra ela. Colocou em pauta o pedido de impeachment mesmo sabendo que não havia crime de responsabilidade, e ainda marcou a votação para um domingo, querendo transformar esse processo num espetáculo", critica o deputado.

"O tiro acabou saindo pela culatra, contra ele, revelando o baixíssimo nível de consciência política de muitos parlamentares e revoltando a população com tamanha injustiça", enfatiza Lopes, que em seu voto contra o golpe chamou atenção de todo o País ao ironizar os "bons pais de família, bons maridos" que votaram contra a democracia e cassaram o voto de 54 milhões de brasileiros.

"O momento agora é de reforçar a luta pela cassação de Cunha, pela saída do traidor golpista Temer e pela volta da presidenta Dilma, pelo restabelecimento da democracia e pela correção das injustiças que foram cometidas", complementa Chico Lopes.