Em nota, MEC criminaliza movimentos por ocupação 

Um governo ilegítimo que retira verbas fundamentais para o Ministério da Educação, exonera conselheiros, extingue secretarias e sinaliza que não cumprirá as metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Nesse contexto de desmonte, diversos educadores ligados aos movimentos sociais ocuparam o MEC nesta quarta-feira (29) denunciando à sociedade o quanto de nocivo representa o pacote neoliberal de Temer ao Brasil. O MEC, como resposta, resolveu criminalizar a ação.

Governo mente sobre ocupação no MEC e criminaliza movimentos - Fetems

Por Laís Gouveia

Em nota lançada pelo MEC nesta quarta-feira, contendo erros gramaticais (29), há um claro intuito de criminalizar os movimentos sociais, tachando a ocupação como “invasão” e colocando o PT em evidência como protagonista do ato, tendo em vista que a ação contou com a participação de duas mil pessoas e 40 entidades ligadas aos movimentos sociais.

“Com relação à invasão nos prédios sede e anexos promovido (sic), hoje, pelo PT, pela CUT e pela CNTE, o Ministério da Educação repudia todo e qualquer ato de intolerância e vandalismo, em especial os travestidos como manifestação democrática. Mais uma vez, o PT, a CUT e a CNTE mostram o desrespeito ao espaço público e continuam agindo como se o MEC fosse propriedade do partido, impedindo os servidores de entrarem para trabalhar e depredando o prédio, quebrando vidraças da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec)”, afirma um trecho da nota emitida pelo MEC.

Manifestantes denunciam sequestro, ameaças e violência

Os manifestantes denunciaram que, ao contrário do que foi dito pelo MEC, houve repressão e violência contra os participantes do ato.

Telma, que participa dos grupo “educadores em luta”, denunciou o sequestro de um professor durante a ocupação: “Três professores da Apeoesp, quando foram colocar uma bandeira em um dos andares do MEC, foram parados pela segurança do prédio e um deles foi agredido com uma tesoura, está com a mão sangrando, e um deles, o professor Fernando, de São Paulo, foi sequestrado e ficou incomunicável durante horas. Isso é muito perigoso, estamos vivendo um momento de golpe no país”, disse.

Com o pretexto da manifestação no MEC, o ministro Mendonça Filho demitiu nesta quinta-feira (30) os 62 funcnionários que prestavam serviços de segurança no prédio. 

Os manifestantes declararam que continuarão lutando contra o desmonte do MEC, em defesa da educação e da democracia.