Filme sobre a lei da anistia será lançado em agosto

O cineasta Cleonildo Cruz está finalizando seu longametragem “Olhares” Anistia, que traz depoimentos de combatentes dos dois lados do período da ditadura civil-militar. O documentário deve ser concluído em agosto e lançado em Pernambuco.

Movimento pela Anistia - Reprodução

É um trabalho inédito, que traz diversas opiniões sobre como ocorreu, historicamente, o processo de promulgação e efetivação da Lei da Anistia.

Dividido em três blocos, o filme começa com imagens da posse da presidente Dilma Rousseff na Comissão Nacional da Verdade, em 16 de maio de 2012. Traz também outras imagens históricas, do golpe militar, da deposição de João Goulart, das tropas na rua, repressão, protestos e dos primeiros movimentos em defesa da anistia e do governo João Batista Figueiredo.

No segundo bloco, o documentário aborda a jurisprudência e a validade da lei da anistia. Discute, por exemplo, se os agentes estatais e colaboradores do governo que cometeram crime também são destinatários da anistia. Por fim, no terceiro bloco, o filme foca na decisão do Supremo Tribunal Federal, de abril de 2010, que referendou a lei da anistia.

“Compreendo múltiplos olhares no filme, utilizando a ferramenta weberiana da neutralidade axiológica das ciências sociais e políticas, permitir o contraditório ao ouvir os dois lados, não só quem lutou contra o regime civil-militar, mas também que foi agente do estado, que dele participou. Não poderia me furta de não ouvir os militares”, disse o cineasta Cleonildo Cruz.

Na lista de depoimentos colhidos estão a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro Nelson Jobim, e também militares do período, como os generais Rocha Paiva, Carlos Chagas, Paulo Chaves, Sylvio Ferreira e até o coronel Carlos Brilhante Ustra.