Estudantes mantêm debate sobre cultura do estupro

Dentro e fora do campus universitário, estudantes de Goiás e de outros estados brasileiros discutem e marcam posição contra a cultura do estupro no país

Daiany

 Em Goiás, assim como vem ocorrendo em outras capitais do país e até em cidades do interior, a população passou a debater o tema da cultura do estupro, crime que tem feito um número cada vez maior de vítimas, a exemplo do caso emblemático ocorrido em maio, no Rio de Janeiro, em que uma jovem de 16 anos foi vítima de um estupro coletivo. O crime chocou a todos e encorajou as mulheres a denunciarem seus agressores. A juventude formada por estudantes secundaristas e universitários levaram o debate para dentro das salas de aula, professores e reitores também estão mobilizados.

No dia 27, a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), por meio do Diretório Central dos Estudantes (DCE), promoveu debate a respeito. Uma das componentes da mesa, a estudante de psicologia Daiany Macedo (23), presidenta do Centro Popular da Mulher (CPM-UBM/GO) conta que a iniciativa teve resultados, já que a PUC-GO se comprometeu a ampliar as discussões dentro do campus. O DCE, por sua vez, manterá ações afirmativas, com a criação, já em curso, de comissões de denúncia que vão incentivar estudantes, professores e pessoal administrativo, ou seja, toda a comunidade acadêmica, a denunciar casos que aconteçam dentro da universidade e que atentem contra a integridade das mulheres.

Luta antiga – Daiany Macedo, filiada ao PCdoB de Goiás desde 2012 e militante da União da Juventude Socialista (UJS) diz que os partidos de esquerda estão unidos na defesa do feminismo e que os estudantes abraçaram essa bandeira. Segunda ela, na interlocução com coletivo de jovens e movimentos sociais, a juventude do PCdoB mantém agenda de debates, fóruns e encontros para tratar de assuntos que afetam particularmente os estudantes, como a cultura do estupro e a ocupação das escolas públicas, iniciadas como forma de barrar as políticas privatizantes na área da educação.

Na pauta da juventude do PCdoB em Goiás estão lutas antigas, muitas delas iniciadas por outros jovens, como os que lutaram contra a ditadura militar, em 1964, e pelo movimento feminista, que ganhou corpo naquela década e vem se fortalecendo ao longo desses anos. A juventude dos anos 60 ficou na história pela militância aguerrida em defesa da democracia, da liberdade de expressão e da soberania popular. Hoje, ela está representada por jovens, filhos e netos de muitas das lideranças que atuaram à frente dos movimentos sociais de então.