Após candidatura de Castro, Temer minimiza frangalho da base aliada

Com a sua tática de campanha única para a presidência da Câmara dos Deputados derrotada, Michel Temer, presidente provisório, tentou minimizar o fracasso ao dizer nesta terça-feira (12) que a decisão de lideranças do seu partido, o PMDB, de lançar candidato próprio mostra que o Palácio do Planalto não está interferindo no processo.

Michel Temer - Lula Marques

“Isso é uma demonstração de que não entramos na questão da disputa pela presidência da Câmara”, disse Temer a jornalistas ao sair de um almoço com a Frente Parlamentar Agropecuária.

O fato é que a cúpula de Eduardo Cunha e Temer não conseguiu manter a unidade da sua frágil base aliada para apoiar o candidato Rodrigo Rosso (PSD-DF). O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), por 28 votos a 18, foi escolhido pela bancada para ser o candidato da legenda ao comando da Câmara.

Segundo fontes da grande mídia, a candidatura do deputado Marcelo Castro (PI) pela bancada peemedebista não foi bem recebida pela turma de Temer.

Assessores de Temer não gostaram do fato do partido, contrariando a decisão da cúpula, apresentar candidatura. Ainda de acordo com a grande mídia, logo depois do anúncio oficial da candidatura, Temer chamou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que saiu às pressas de uma reunião sobre os Jogos Olímpicos que estava coordenando para atender Temer.

Padilha disse, no entanto, que a base ainda terá candidato único. “Esperem e verão. Um dia na política é uma eternidade”, disse Padilha.

Já o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, responsável pela articulação com o Congresso, teve um discurso mais derrotista. Ele afirma que a candidatura de Castro foi uma demonstração “inequívoca” de que o governo não está se envolvendo na disputa.

“Preferíamos que pudesse haver um entendimento global da base [aliada]. Se não há, qualquer movimento nosso pode ser interpretado como preferência por A ou B e aí sim haver racha”, declarou.