14º Congresso da UJS-MA ratifica luta pelo fortalecimento da juventude

O 14° Congresso, com o tema ‘Canto a esperança de um mundo novo’, foi o maior já realizado no Maranhão, reunindo jovens de 23 municípios do estado. E foi marcado por um grande ato em defesa da Democracia e contra o golpe em curso no Brasil. A juventude, mais uma vez, demarcou seu lado e o espírito de luta a favor da soberania popular, reafirmando o protagonismo histórico nas principais manifestações em defesa do país.

Manuela Braga, vice-presidente nacional da UJS, ressaltou que o Brasil vive um momento muito difícil, que está na contramão do que se observa no Maranhão. “Se é verdade que no Maranhão a gente vem construindo escola digna, institutos de educação, aprovando eleição direta para diretor de escola, construindo obras, reconstruindo estradas, ligando os pontos aqui no estado, a gente vive nacionalmente tempos difíceis, de ataque à Democracia e ao projeto que o povo brasileiro elegeu nas urnas”, explicou Manuela.

Para ela, o que se observa hoje no Brasil não é um ataque à presidenta Dilma Rousseff, mas, sim, aos projetos construídos ao longo dos últimos anos, que visam a diminuição das desigualdades e que tirou 33 milhões de pessoas da extrema pobreza. “Na composição do Governo interino não tinha um negro, uma mulher, porque significava que ele não acreditava na diferença que tem o povo do Brasil. Que não acreditava que a nossa diversidade é capaz de construir o novo, o diferente, o mais diverso e mais justo para o povo brasileiro. É um ataque a juventude”, enfatizou.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, participou do debate e reforçou que é preciso que a juventude tenha esperança em dias melhores. Durante as discussões, ele destacou que é preciso lutar pela igualdade e pela justiça social, além de respeitar as diferenças e acreditar na força do povo organizado. “A mudança não está no Estado, nem no Governo, a mudança está na nossa capacidade de elevar o nível de consciência da sociedade. Elevar o nível de mobilização e organização, por isso que é muito valioso ver essa plenária da UJS”, assegurou.

De acordo com Dino, nenhuma grande transformação na história do mundo foi feita sem a juventude organizada, mobilizada, independente e lutando por causas justas. “Em primeiro lugar nós temos que defender como princípio a igualdade entre as pessoas, a igualdade de chances e oportunidades. E nosso Governo faz isso todos os dias. Não pensem que é simples defender que dinheiro vai para pobre nesse estado e nesse país. Porque não é a tradição do Brasil que dinheiro público seja aplicado em favor dos mais pobres. Ao contrário, a tradição aqui é que o público seja usado para enriquecer os de sempre”, relatou o governador.

Flávio Dino defendeu que a UJS não pode deixar de lutar pelos seus direitos, tendo que ser uma organização que cobre resultados das gestões públicas, e tendo como como bandeira o processo de transformação do Maranhão e do Brasil. Ele frisou que a esquerda deve respeitar as múltiplas identidades e que os jovens são a semente de uma nova cultura política.

“Vocês que estão lá nas escolas, comunidades, quilombos, nas aldeias indígenas, podem ser sementes de uma nova consciência política ajudando a que o nosso Governo possa continuar, que o Brasil encontre um novo caminho e, sobretudo, que os mais pobres, excluídos e invisíveis, possam sonhar. Porque sonhar é um direito fundamental que a gente tem. É o mais importante. Porque quando a gente para de sonhar, a gente morreu. Quem acha que as injustiças existem e são irremovíveis, infelizmente renunciou à vida. Nós temos que acreditar que as injustiças existem para serem derrotadas, vencidas, mesmo que isso consuma a nossa vida inteira”, falou Dino aos jovens.

Militante da UJS-MA e participante do evento pela primeira vez, a quilombola Kelly Araújo destacou que a 14ª edição do Congresso possibilitou maior participação e interação de vários municípios, o que possibilitou um grande avanço na discussão das pautas da juventude, que culminou, inclusive, na entrega de uma carta para a Secretaria de Estado da Educação. “Esse Congresso foi a possibilidade de transformar a UJSMA diversa, plural, e que respeite a especificidade dos municípios que fazem parte dela”, sublinhou a jovem quilombola.