“Eu não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém”, diz Dilma

A presidenta eleita Dilma Rousseff negou na manhã desta sexta-feira (22), em entrevista concedida por telefone à Rádio Jornal, de Recife, ter autorizado qualquer pagamento de caixa 2 em sua campanha à Presidência.

Dilma entrevista SBT Brasil - Roberto Stuckert Filho
Dilma afirmou que as acusações feitas ao juiz Sérgio Moro nesta quinta-feira (21) em delação premiada pelo publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, de que o pagamento de US$ 4,5 milhões, feito pelo engenheiro Zwi Skornick, foi de caixa 2 de sua campanha presidencial em 2010 não lhe preocupam.

“Eu não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Pelo contrário, na minha campanha eu procurei sempre pagar o valor que eu achava que eu devia. Se houve pagamento, não foi com o meu conhecimento”, rebateu Dilma.

Ao comentar a votação do impeachment no Senado, que deve ocorrer no final de agosto, Dilma disse que “faltam seis senadores para impedir [a efetivação do afastamento]”. “Eu continuo lutando para não ter o impeachment”, disse. “Na democracia, é básico que se respeite os votos. A minha luta tem a ver não apenas com o meu mandato, mas com a defesa da democracia no Brasil”, acrescentou.

Ela negou que, em seu governo, tenha “mexido no bolso do trabalhador”. “O que foi feito foram correções em alguns benefícios”, uma “revisão” para que pessoas que não deveriam receber o benefício deixassem de receber. “Mas claro que há reclamações, porque há perdas”, comentou. “Hoje, ao rever os programas, eles acabam com eles, eles não melhoram”, comparou Dilma, citando o governo de Michel Temer.

Na entrevista, a presidenta também voltou a fazer elogios ao ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles. “Não vejo nenhum defeito na pessoa de Henrique Meireles. É capaz e competente”, declarou. Recentemente, esses elogios a Meirelles vêm sendo lidos como um aceno de que ele será mantido caso Dilma volte ao cargo.

Ouça a íntegra da entrevista: