Partidos intensificam campanha na África do Sul

Os partidos políticos sul-africanos intensificam suas campanhas a 10 dias para as eleições locais de governo, às quais poderão votar mais de 26,3 milhões de cidadãos registrados.

África do Sul eleição

Ainda que a Comissão Eleitoral Independente confirmou uns 200 partidos na disputa, fecha-se ao redor das três principais forças: o governista Congresso Nacional Africano (ANC), e os opositores Aliança Democrática (AD) e Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF).

Apesar de ser um exercício democrático de nível local, as campanhas giram em torno das maiores preocupações dos cidadãos que são em geral temas que escapam ao contexto de uma comunidade ou um município.

Conquanto fala-se por melhorar a qualidade dos serviços básicos aos povoadores em suas zonas de residência, também se faz questão de tópicos como a economia, o alto desemprego, a corrupção e a violência.

O presidente do país – e do CNA –, Jacob Zuma, fez campanha pelos candidatos da organização neste domingo (24) em GaSeleka perto de Lephalale, na província de Limpopo.

Seu vice, Cyril Ramaphosa, visitou Tembisa e Ekurhuleni, em Johannesburgo, um dos distritos mais disputados nas eleições que terão lugar em 3 de agosto.

Por sua vez, o líder da AD, Mmusi Maimane, procurou apoio na em Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, província de Eastern Cape, atualmente governada pelo CNA.

Ao mesmo tempo, o dirigente do EFF, Julius Malema, foi até em Sasolburg, Free State.

Para alguns observadores, o partido de Nelson Mandela e Oliver Tambo deverá sair vitorioso da jornada eleitoral que se aproxima, como tem ocorrido até o momento em outros processos similares a cada cinco anos.

Wayne Jumat, investigador Assistente do Instituto para o Diálogo Global, da Universidade da África do Sul, explicou à Prensa Latina que objetivamente o CNA poderia perder "terreno" nas eleições municipais deste ano.

Estas expectativas – acrescentou Jumat – são o resultado dos contínuos protestos contra a corrupção e as denúncias sobre a suposta incapacidade do governo para reduzir a desigualdade.

O próprio CNA, ao reconhecer tudo o que se fez em termos de melhorar a vida dos sul-africanos desde o fim do apartheid, admitiu que existe muito caminho a percorrer para eliminar as divergências sociais.

No entanto, o CNA segue como o partido das massas populares e o único que oferece uma plataforma viável no caminho para a nova África do Sul.

Isso é sempre lembrado pelo presidente Zuma, sempre que surge em públicos, que recorda que o de hoje é um melhor país para viver que antes de 1994.

As eleições locais em geral preparam o palco das eleições parlamentares que neste caso correspondem em 2019. Nas anteriores (maio de 2014) o ANC triunfou com 62,15% de respaldo dos votantes.

Essa vitória do ANC garantiu a continuidade de seu governo e consolidou a maioria na Assembleia Nacional, permitindo um segundo mandato para Zuma.

O CNA terminará suas atividades de campanha com uma manifestação nacional em Johannesburgo no próximo fim de semana, três dias antes das eleições.