Erdogan fecha 131 grupos de mídia na Turquia

O governo da Turquia decretou nesta quarta-feira (27) o fechamento de 131 grupos midiáticos. Três agências de notícias, 16 emissoras de televisão, 23 emissoras de rádio, 45 jornais, 15 revistas e 29 editoras foram afetados pela medida.

Erdogan anuncia estado de emergência na Turquia

A lista completa dos veículos fechados foi divulgada pela CNN Türk. Entre eles está a emissora pró-curda IMC TV e o Zaman, mídia que tem relação com o dissidente religioso Fethullah Gülen, acusado por Erdogan de ser um dos mentores do golpe fracassado. Parte dos antigos jornalistas da publicação também foi presa também nesta quarta.

Segundo o jornal Hürriyet, a prisão de 47 jornalistas do Zaman faz parte de uma "investigação" sobre Gülen, exilado nos EUA. O decreto é parte de uma série de medidas de "limpeza" que estão sendo levadas a cabo por Erdogan desde o dia 15 de julho.

Nesta quarta, também foram dispensados mais 2.400 funcionários militares, sendo 726 oficiais e 1.684 soldados. Até o momento, já foram demitidas mais de 50 mil pessoas e ao menos seis mil foram presas.

Segundo Erdogan, o estado de emergência durará três meses e foi convocado para "facilitar a prisão" daqueles que tomaram parte no golpe. Na prática, a medida é usada como pretexto para suspender direitos e liberdades individuais. Erdogan sugeriu até a pena de morte para os militares que participaram do levante e suspendeu, no dia seguinte à declaração, a Convenção Europeia de Direitos Humanos que aconteceria no país.