Lava Jato: PF diz que investiga propina ao PSDB, mas Lula é o alvo

No dia em que o Congresso retoma as atividades, tendo o processo de impeachment no centro das atenções, a Política Federal deflagrou a 33ª fase da Operação Lava Jato, chama da Resta Um, nesta terça-feira (2). O objetivo segundo os investigadores sob o comando do juiz Sérgio Moro, em Curitiba (Paraná), é esclarecer denúncias de que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu pagamentos ilegais, o chamado caixa 2, do consórcio Quip, que tinha contratos com a Petrobras.

Procurador da lava Jato

Estranhamente, a base das investigações é um vídeo em que o senador e ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, falecido em 2014, pediu R$ 10 milhões em propina para poder barrar a CPI da Petrobras em 2009. Mas o alvo é Lula.

"Em relação aos partidos, eles em si são investigações que ficam a cargo do foro privilegiado. Temos uma presença maior do Partido Progressista, temos fatos envolvendo o Partido dos Trabalhadores, e temos esse caso do próprio PSDB, que era oposição. Isso mostra que o problema da corrupção não é partidário, é estrutural da corrupção brasileira", minimizou Carlos Fernandes, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato e o procurador da República.

Em nota, a PF afirma que a ação tem como alvo a empreiteira Queiroz Galvão, que segundo eles, realizou o pagamento da propina ao tucano. O pagamento, segundo os investigadores, está comprovado "por farta prova documental que corroborou o depoimento de, pelo menos, cinco colaboradores, sendo três deles dirigentes de empreiteiras".

Ao todo, são 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva em seis cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.