Contraponto ao monopólio: The Intercept ganha versão brasileira

Um dos principais veículos internacionais que denunciou a cobertura parcial da grande mídia brasileira no golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, o jornal britânico The Intercept lança a sua versão em português. Em um texto de apresentação da página, o jornalista Glenn Greenwald, conhecido por tornar públicos os segredos do ex-agente da CIA Edward Snowden, fez duras críticas ao monopólio midiático e disse que o veículo buscará fazer um contraponto ao noticiário produzido no pais.

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"Há muito tempo, o quinto país mais populoso do mundo é dominado por um número reduzido de veículos de comunicação, dos quais a grande maioria apoiou o golpe de 1964 e os 21 anos da violenta ditadura de direita que se seguiram. Essas instituições ainda pertencem às mesmas cinco famílias extremamente ricas e poderosas que tiveram um papel central nesse período. Em um país de tamanha diversidade e pluralidade, esse monopólio resultou em um mercado de comunicação que asfixia a diversidade e a pluralidade de opiniões", afirma o jornalistas.

Segundo Glenn Greenwald, o portal The Intercept terá a colaboração de jornalistas especializados, e que a pauta prioritária, no momento será o impeachment da presidente Dilma Rousseff e as Olimpíadas.

"A crise política do ano passado enfatizou como a homogeneidade da mídia brasileira é uma ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. Por ser um país vasto e diversificado, o Brasil agora ocupa um espaço importante no cenário internacional, e a maioria de seus problemas e conflitos são extremamente relevantes no âmbito internacional", salientou.

E acrescenta: "Assim, o Intercept Brasil tem dois objetivos: alavancar o reconhecimento deste país imprescindível por todo o mundo e fornecer uma plataforma para que os excelentes jornalistas e escritores brasileiros compartilhem informações essenciais com seus compatriotas sobre as questões políticas, econômicas e sociais de seu país".

Glenn ganhou ainda maior notoriedade no Brasil por denunciar a cobertura enviesada da mídia e revelar que a Folha de S. Paulo fez uma edição fraudulenta ao analisar a última pesquisa Datafolha, com o intuito de alavancar o governo de Michel Temer.