Defesa de Lula reafirma que Moro é parcial ao julgar processos

Em resposta ao juiz Sérgio Moro, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou em um documento protocolado no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná, na última sexta-feira (5), que o juiz é suspeito para julgar as ações penais relacionadas ao ex-presidente. A defesa já havia dito que Moro é parcial e, portanto, não poderia conduzir o processo. Moro por sua vez disse que não via problemas em continuar conduzindo as ações em trâmite que citam o ex-presidente.

Moro e Lula

"A presente Exceção de Suspeição foi aforada em 05.07.2016 e demonstrou que o insigne Excepto não se mostra revestido da necessária imparcialidade para a cognição e julgamento da causa, em razão de evidências que traduzem o profundo comprometimento de sua isenção", afirma a defesa, citando a imparcialidade de Moro ao deferir o abusivo pedido de condução coercitiva de março deste ano e o grampo divulgado ilegalmente par a grande imprensa, além das buscas e apreensões na residência e escritório de Lula e de seus familiares, dentre outros.

Segundo aos advogados de Lula, a análise do MPF foi elaborada para servir de manchete para a imprensa e que os procuradores fazem afirmações difamatórias contra o ex-presidente Lula desde março. De acordo com a defesa do ex-presidente, a divulgação da manifestação não pode ser vista senão como ato de retaliação ao comunicado dirigido à ONU.

A defesa apontou também a "proximidade íntima com setores da imprensa", como um dos motivos do afastamento de Moro do processo. Eles afirmam que essa proximidade com a mídia é a causa dos vazamentos sistemáticos de atos processuais e dados pessoais do ex-presidente.

Para a defesa, ainda, a participação de Moro em eventos organizados por "inimigos políticos" de Lula, como lançamentos de livros, também reforçam os argumento de que o juiz não poderia julgá-lo por "contaminar sua imparcialidade para decidir a causa".