CPI da Merenda segue com prática de censura e blindagem de aliados
Deputados e estudantes denunciaram na manhã desta terça-feira (9) a prática de censura imposta por parlamentares da base aliada ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB-SP), para blindá-lo no processo da CPI da merenda. Braço direito do governador Geraldo Alckmin, Capez é um dos principais investigados no escândalo de superfaturamento na compra dos alimentos.
Publicado 09/08/2016 12:35
O deputado estadual Alencar Santana (PT-SP) denunciou aos Jornalistas livres a prática de censura na quarta reunião da CPI da Merenda ocorrida nesta terça-feira (9) na Alesp.
"Estamos aqui na porta da CPI e há um bloqueio policial determinado pelo presidente da comissão, restringindo o acesso de profissionais da imprensa, estudantes e demais pessoas. Isso demonstra o jeito do PSDB de conduzir os trabalhos. São amigos do Capez e o protegem. Os alunos estão sendo lesados todos os dias com uma alimentação ruim, resultado do superfaturamento praticado por algumas autoridades políticas", denuncia o deputado.
Estudantes na Alesp barrados por policiais lancham na porta da CPI da merenda
Entenda o caso
No início de 2016, a Operação "Alba Branca", detectou uma rede de propinas no superfaturamento dos contratos que envolviam a compra de alimentos com cooperativas familiares, a Coaf.
Principal investigado na operação, Fernando Capez foi acusado por um delator lobista de receber cerca de R$ 400 mil reais para sua campanha para deputado estadual.
No início do ano letivo de 2016, diversas escolas no estado de São Paulo inciaram as atividades sem merenda escolar, apenas distribuindo biscoito e suco, outrora eram servidos arroz feijão e carne.
Diversos estudantes ligados ao movimento estudantil saíram às ruas para denunciar o esquema de corrupção e cobrar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alesp que investigasse os crimes. Ignorados, os secundaristas ocuparam durante quatro dias o plenário da Alesp, para pressionar a implementação da CPI.
Após a pressão da ocupação e o ganho da opinião pública para a causa, os parlamentares, recuados, foram obrigados a instalar a CPI da merenda na Alesp.