Golpe é um ataque sem precedentes à democracia, diz Lindbergh

Em vídeo publicado nas redes sociais, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que o golpe em curso no país é uma movimento articulado para reduzir os direitos de trabalhadores e reforçar os lucros do mercado, que dispensa "qualquer esboço de Estados democráticos".

senador Lindbergh Farias - Reprodução

"O golpe em curso é um ataque sem precedentes à democracia", disse o senador. "Eu acho que a gente está encerrando uma época, que vem desde a resistência à ditadura, a redemocratização, até agora o governo da presidente Dilma. Nós estamos entrando em um terreno novo. Eles primeiro afastam Dilma, a gente já começa a ver repressão a quem está se manifestando em estádios nas Olimpíadas com 'Fora, Temer'. Eu estou no movimento estudantil desde garoto, nunca vi isso num país", enfatizou.

Ele destaca que uma das consequências desse processo é "um aumento da criminalização dos movimentos sociais". "Prenderam agora há pouco [José] Valdir [Misnerovicz], líder do MST de Goiás, em cima da lei das organizações criminosas [lei antiterrorismo]", citou.

Para Lindbergh, as articulações do golpe em curso, que envolvem desde a repressão e criminalização dos movimentos sociais até comentários de ministros do Supremo sobre uma intenção de cassar o registro do Partido dos Trabalhadores, "são sinais de uma nova etapa da globalização financeira onde o capitalismo prescinde de qualquer esboço de Estados democráticos e a soberania popular não deve ser exercida". "Os direitos da população, barreiras para o apetite voraz da plutocracia, estão completamente ameaçados."

Sobre um intento de cassar o registro do PT, Lindbergh apontou: "cassaram o registro do Partido Comunista em 1947, depois, só na ditadura militar, o Ato Institucional número 1 de 1965, que cassou os partidos. Se cassa o PT, eu digo de forma bem clara, a gente não pode dizer mais que está vivendo numa democracia no Brasil. É cassar o PT ou prender o Lula", completou Lindbergh no vídeo, apontando para uma propósito em curso, de impedir qualquer candidatura ligada aos interesses dos trabalhadores nas eleições de 2018.