Olimpíadas, Sim, Nós Podemos! 

Ao fim dos Jogos Olímpicos e antes do início dos Paraolímpicos Rio 2016, a mídia, sobretudo, a internacional rendeu-se ao sucesso com que o Brasil vem realizando o maior evento esportivo mundial. Contrariando a postura corriqueira de estimular o sentimento de “complexo de vira-lata”, a imprensa brasileira também se comove com o que vem sendo apelidado de maior olimpíada de todos os tempos.

Por Perpétua Almeida* 

Olimpíadas

Isso ocorre não apenas pela organização, alegria e receptividade do brasileiro, mas, especialmente, pelo resultado dos nossos atletas. Foram conquistas expressivas e inéditas na primeira edição do evento na América Latina. Exemplos emocionantes de vitórias como o salto que deu o ouro ao Brasil e a Thiago Braz, nosso campeão olímpico do salto com vara. A atuação impecável e decisiva do goleiro Weverton Pereira – acreano que nos encheu de orgulho – que contribuiu com a tão sonhada e inédita conquista do ouro no futebol masculino. O ouro do vôlei masculino e as três medalhas do baiano Isaquias Queiroz, que, com apenas 22 anos, é o primeiro brasileiro a ganhar três medalhas em uma única Olimpíada.

As nossas atletas brasileiras também fizeram história nos jogos. A emocionante vitória da medalhista Rafaela Silva, judoca da Cidade de Deus, região humilde do Rio de Janeiro, marcou esse evento esportivo pelo exemplo de coragem e superação. E o bom desempenho das atletas do futebol e do vôlei feminino, que não ganharam a merecida medalha de ouro, mas demonstraram admirável disposição à luta e superação. A jogadora de futebol feminino Marta fez a torcida brasileira se apaixonar diante do seu talento e desempenho aguerrido em campo.

A maioria dos medalhistas do Brasil participa de programas que foram criados pelos governos Lula e Dilma como o Segundo Tempo, o Bolsa Atleta, o Bolsa Pódio. O Plano Brasil Medalhas garantiu medalhas de ouro em categorias esportivas jamais alcançadas. O governo criou ainda o programa "Forças no Esporte", uma parceria do Ministério do Esporte com as Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica -, que é o melhor e maior programa de apoio e incentivo ao esporte. Apoia tanto os atletas de altíssimo nível como das modalidades de base nas comunidades carentes.

Precisamos, portanto, fazer justiça com a história. O desempenho recorde do Brasil nos Jogos Rio 2016, sem contar com as possíveis vitórias na Paraolimpíadas deve-se muito às políticas públicas dos dois últimos governos eleitos democraticamente. A ausência de Lula e de Dilma em tão grandioso evento, conquistado e idealizado por eles, é uma agressão à nossa tão recente democracia.

Ainda me lembro do dia em que o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou, no dia 2 de outubro de 2009, na Dinamarca, a decisão que deu ao Brasil o direito de sediar os jogos. Lula fazia a disputa, de forma árdua, com potências mundiais como Estados Unidos, Espanha e Japão. Ao lado de ídolos do esporte, como Pelé, Hortência, Guga, e personalidades de sucesso, como o escritor Paulo Coelho, o então presidente do Brasil, ao comemorar a vitória, disse: "Hoje, o Brasil saiu do patamar de país de segunda classe e entrou no patamar de país de primeira classe. O Brasil provou ao mundo que nós conquistamos cidadania internacional absoluta”.

Personalidades de nosso minúsculo, porém aguerrido e responsável PCdoB, como Orlando Silva e Aldo Rebelo, ao comandarem o Ministério do Esporte, trabalharam e contribuíram para fortalecer projetos de incentivo ao Esporte de base e de alto nível.

Ao longo dos meus 12 anos de mandato, sempre destinei parte das emendas parlamentares para ações de estímulo às atividades esportivas. Sempre entendi o Esporte como qualidade de vida para a juventude. Cada vez que eu visitava um bairro pobre, de algum município do Acre, para inaugurar uma quadra de esporte, ouvia palavras de alívio das mães, que se alegravam ao ver seus filhos jogando uma pelada e não usando drogas na esquina ou bebendo nos botecos.

A vitória do Brasil ao sediar com sucesso os jogos olímpicos é a derrota dos pessimistas de plantão. Em vez do medo do vírus zika e de ataques terroristas, houve um recorde de medalhas, jamais alcançadas em jogos olímpicos pelo Brasil. Houve muita festa e vibração. Este é nosso legado: o mundo todo viu que o Brasil pode, como fez na Copa do Mundo de 2014, realizar o que a imprensa internacional acaba de reconhecer como “a melhor Olimpíadas de todos os tempos"!