Temer chama protestos contra o golpe de "movimentozinho"

Em coletiva com jornalistas na China, onde está em visita para a reunião do G20, o presidente ilegítimo Michel Temer disse não ver contradições no seu discurso de "pacificação nacional" e a repressão policial contra manifestantes que rechaçam o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff que se espalha por todo o pais, que ele chama de "movimentozinho"

Ato contra o golpe na Paulista - Agência Brasil/Rovena Rosa

"A mensagem de reunificação e repacificação nacional, que eu lanço, não é em benefício pessoal, mas dos brasileiros. E eu sinto que os brasileiros querem isso. Quem muitas vezes se insurge, como um ou outro movimentozinho, é sempre um grupo muito pequeno de pessoas. Não são aqueles que acompanham a maioria dos brasileiros", disse.

Sobre o resultado da votação que garantiu os direitos políticos de Dilma e provocou um racha na base aliada de seu governo, Temer voltou a minimizar. "Estou acostumado a isso. Estou há mais de 34 anos na vida pública e acompanho permanentemente esses pequenos embaraços que logo são superáveis", declarou.

"Ontem mesmo falei com companheiros do PSDB, PMDB e DEM, e essa questão toda será superada. Não há a menor dificuldade. Não se tratou de manobra. Tratou-se de uma decisão que se tomou. Sempre aguardo respeitosamente as decisões do Senado", afirmou.

Temer refere-se à irritação dos aliados, principalmente dos PSDB e DEM que não gostaram de saber que boa parte do PMDB não embarcou na canoa de Temer na votação dos direitos políticos de Dilma. Para os tucanos, a votação abalou ainda mais a relação deles com o PMDB, colocando em dúvida o compromisso da cúpula peemedebista.

Temer, no entanto, desconversou e disse que essa questão entrou, agora, em uma "seara" jurídica. "O Senado tomou a decisão. Certa ou errada, não importa, o Senado tomou a decisão. Me parece que ela está sendo questionada agora juridicamente. Então, ela sai agora do plano exclusivamente político para o quadro de uma avaliação de natureza jurídica", disse.


Ato pelo "Fora Temer" no centro do Rio de Janeiro