Oposição na Câmara consegue adiar votação que prejudica Petrobras  

A votação do projeto que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora da exploração do pré-sal ficou para depois das eleições municipais de outubro. Após o anúncio da oposição de obstruir todas as votações se o projeto entrasse em pauta, o governo recuo. O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), comemorou o resultado do esforço concentrado desta semana na Câmara. 

Oposição na Câmara consegue adiar votação que prejudica Petrobras - Agência Câmara

“A avaliação é extremamente positiva. Foi uma semana muito produtiva porque o objetivo principal era deliberar sobre o mandato do Cunha”, afirmou o parlamentar, destacando as duas vitórias: a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha e o adiamento da votação do projeto que prejudica a Petrobras e representa uma ameaça ao patrimônio do povo brasileiro, que é a exploração do pré-sal.

“Após a decisão nossa de obstruir todas as votações se o pré-sal entrasse na pauta, o governo recuou e nós concordamos em votar as MPs que já cumpriram os efeitos para os quais foram editadas, recursos para olimpíadas, suplementações, renegociações de dívida dos agricultores familiares”, explicou o líder ao final da sessão na manhã desta terça-feira (13)

O líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), confirmou as palavras do líder do PCdoB, ao anunciar que foi negociada a retirada do “kit” da obstrução das MPs que foram votadas em troca do adiamento da votação do pré-sal. “O nosso propósito é mobilizar para conseguir mais adiante derrotar a votação do pré-sal”, afirmou Florence.

O projeto, de autoria do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora, em pelo menos 30%, da exploração do pré-sal, estava na pauta da sessão marcada para às 9 horas desta terça-feira. 

MPs

A Câmara aprovou as Medidas Provisórias (MPs) que recria o Ministério da Cultura; que libera R$ 150 milhões para cobrir despesas com as eleições municipais; que libera quase R$ 3 bilhões para o estado do Rio de Janeiro fazer a segurança dos jogos olímpicos e paraolímpicos; que substituiu mais de 10 mil cargos de livre nomeação de direção do governo federal por gratificações exclusivas para servidores concursados e a que autoriza a renegociação de dívidas de crédito rural.