PCdoB denuncia tentativa de barrar Lula nas eleições de 2018 

Para comunistas, tentativa dos procuradores ligados à Operação Lava Jato é criminalizar o projeto popular e democrático iniciado no governo Lula e impedir o ex-presidente de disputar as eleições em 2018.

Por: Christiane Peres

PCdoB denuncia tentativa de barrar Lula nas eleições de 2018 - Blog do Renato

Mais uma etapa do golpe foi iniciada esta semana. No fim da tarde de quarta-feira (14), uma entrevista coletiva de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, ligados à Operação Lava Jato, apresentou denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa, Marisa Letícia, e outras seis pessoas – o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, além de Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira, ligados à empreiteira.

Sem apresentação de qualquer prova durante as três horas de entrevista coletiva, os procuradores, “por convicção”, afirmaram que Lula foi o chefe da “propinocracia” durante sua gestão (2003-2010). Eles disseram ainda que Lula foi “o maestro de uma grande orquestra concatenada para saquear os cofres públicos” e “o comandante máximo” do esquema de desvios na Petrobras.

As denúncias foram prontamente rebatidas em nota pelo ex-presidente e sua mulher. Segundo o texto, a ação foi baseada em “peça jurídica de inconsistência cristalina” por não apresentar nenhuma prova. De acordo com a nota, “o MPF elegeu Lula como ‘maestro de uma organização criminosa’, mas ‘esqueceu’ do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados. ‘Quem tinha poder?’ Resposta: Lula. Logo, era o ‘comandante máximo’ da ‘propinocracia’ brasileira. Um novo país nasceu hoje sob a batuta de Deltan Dallagnol e, neste país, ser amigo e ter aliados políticos é crime”, pontua o texto.

Para a Bancada Comunista, a denúncia sem provas feita pelo MPF do Paraná explicita a intenção de criminalizar o projeto popular e democrático iniciado por Lula em 2003. “É uma manifestação de caráter político, uma obra de ficção, para atingir Lula e o projeto que ele representa. É intolerável. Cabe ao Ministério Público Federal zelar pelo respeito às leis e não ficar fazendo denúncia sem provas”, afirma o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA).

A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), lembra que o “desastre” da denúncia foi tamanho, que “mesmo os jornalistas mais conservadores” chamaram a atenção para a falta de provas. “É uma excrecência o que está acontecendo. É incrível como continuam perpetrando um golpe com agentes públicos. Cadê as provas? O sítio não é dele, o apartamento do Guarujá já apareceu o dono. Querem criminalizar um projeto popular, democrático no Brasil, criminalizando seus principais líderes. Primeiro foi o impeachment de Dilma e agora tentam atacar Lula. Querem tirar Lula de qualquer disputa política e tem agente público que se presta para isso”, critica a parlamentar.

Para o deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), presidente da Comissão de Legislação Participativa (CLP), Lula já rebateu com todos os detalhes as acusações que lhe foram feitas. “Lula tem a tranquilidade de quem não deve e, portanto, não teme. Por isso já prestou todos os esclarecimentos. O ataque que ele está recebendo é apenas mais um dentro desse movimento conservador que conseguiu tirar do poder uma presidente legítima e parece que vai continuar tentando de tudo para impedir que o povo tenha a chance de eleger Lula em 2018. Esse é o verdadeiro xis da questão”, ressalta Chico Lopes.