PM tumultua protesto contra Temer em SP e agride manifestantes
A Polícia Militar de São Paulo aplicou uma nova tática para promover confusão com os manifestantes que participavam neste domingo (18) de um protesto contra o governo Temer e pedindo novas eleições no país. Com truculência e desrespeito, policiais armados tentavam retirar os produtos de uma ambulante que trabalhava na Avenida Paulista. Por volta das 16h, um grupo de pessoas reagiu à ação dos policiais e eles revidaram com gás de pimenta.
Publicado 19/09/2016 10:39
“Deixa ela trabalhar” pediram os manifestantes que acompanharam a ação violenta da PM contra a mulher de 53 anos. No vídeo abaixo, é possível visualizar que a vendora ouviu os policiais e depois tentou sair com os produtos, mas segundo ela, que se apresentou como Débora, eles queriam tomar a caixa. “Eu disse que iria guardar minhas coisas, mas não me deram espaço. Me arrastaram no chão e começaram a me agredir e tomar tudo o que eu tinha”, contou a vendedora.
Vídeo: Bianca Araújo / Mídia NINJA
“Não é dever da Polícia Militar de São Paulo fiscalizar os ambulantes, essa é uma atribuição da Guarda Civil Metropolitana”, disseram os manifestantes convictos que essa seria uma nova tática encontrada pela polícia para provocar tumulto na manifestação que ocorria pacificamente na Avenida Paulista.
O vereador Jamil Murad (PCdoB), de 73 anos, que participava da passeata, tentou ajudar a mulher que vendia água e que estava sendo arrastada pelos policiais, mas ele também foi agredido por eles. Jamil pedia que parassem com a agressão, mas, ao contrário, os PMs lançaram-se, com cassetetes e spray de pimenta, contra os manifestantes em volta.
O vídeo abaixo mostra o momento da agressão:
“Fui defendê-la e por isso fui agredido. A PM agrediu as pessoas que tentavam ajudar a mulher. Tentaram me assustar com gás de pimenta nos meus olhos, mas eu e essa brava mulher continuamos ali. Nenhuma injustiça passará em vão”, desabafou Jamil Murad.
“A mulher não oferecia risco algum, não estava armada e nada ostentava de ameaçador”, diz Suplicy. “A Polícia Militar tomou de uma senhora uma caixa de cerveja e bateu nela”, contou o ex-secretário.
Tumulto e confusão após truculência da polícia com ambulantes. Vídeos de Caco ishak e Sato Brasil, para os Jornalistas Livres.
Além da ambulante, houve truculência da polícia também com a imprensa: o repórter fotográfico do Choc Documental, André Lucas Almeida foi agredido pela PM e fez o registro da violência.
“Fora,Temer” e “Diretas Já!”
O ato foi organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúnem movimentos sociais, sindicais, estudantis, trabalhadores rurais sem terra e sem teto, além de representantes de diversas categorias.
Com exceção do protesto que ocorreu no dia 7 de setembro, que foi pacífico, os demais terminaram com violência policial, com a utilização de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.
Ato 22 de setembro
Segundo os organizadores do protesto, o ato deste domingo (18) é uma preparação para a manifestação maior marcada para a próxima quinta-feira (22), e que deve reunir centrais sindicais e movimentos sociais em várias partes do país.