Inflação no Brasil penaliza principalmente os mais pobres

 Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que famílias de renda mais baixa continuam a ser as mais afetadas pela inflação na cidade de São Paulo.

índice de preços ao consumidor - Reprodução

 A pesquisa usa valores deflacionados para 1996 e divide a população em 3 estratos: estrato 1 corresponde à estrutura de gastos de famílias de renda média de R$ 377,49; o estrato 2 contempla famílias de renda média de R$ 934,17 e o 3º estrato reúne famílias com renda média de R$ 2.792,90.

Pelo terceiro mês consecutivo, as famílias pertencentes ao estrato 1 foram as mais afetadas pela inflação: a taxa subiu 0,47% para elas em relação ao mês anterior. As pertencentes ao estrato 3 foram as que menos sentiram o impacto da alta nos preços, como mostra o quadro abaixo.

Em 2016, o Índice do Custo de Vida acumula alta de 4,94% e, entre agosto de 2015 e julho de 2016, de 8,25%. Em 2016, o ICV acumula 6,04% para as famílias do estrato 1, 5,39% para as do estrato 2 e 4,45% para as do estrato 3. A inflação acumulada em 12 meses foi de 9,00% para o estrato 1; 8,71% para o 2; e, 7,85% para o 3, novamente com penalização para os mais pobres.

Em julho, o grupo que registrou a maior alta foi a Alimentação (0,85%), que contribuiu com 0,27 ponto percentual (p.p.) para a taxa do mês. Já a redução dos grupos Habitação (-0,44%) e Transporte (-0,30%) contribuiu com -0,14 p.p. para o índice do mês.