Indiferença a acordos faz União Europeia temer pelo futuro
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, exortou nesta sexta-feira (23) em Berlim os países do bloco para que lutem pelo futuro da União Europeia (UE), no meio de debates sobre a sobrevivência da comunidade.
Publicado 23/09/2016 12:41

“Estamos em uma fase decisiva em que devemos lutar pela ideia da Europa e isso consiste, fundamentalmente, em minha principal tarefa”, declarou Schulz à imprensa.
Ele reconheceu que o funcionamento das instituições comunitárias está longe de ser perfeito, e declarou que nem tudo o que é acertado entre os países é posto em prática.
“A divisão dos refugiados na Europa é um exemplo disso. É lamentável e inquietante”, admitiu.
O social-democrata alemão apelou mais uma vez para a solidariedade de todos os Estados membros para enfrentar a crise dos refugiados, e assegurou que se estes cumprissem com o número estipulado, o problema seria menor.
Por outro lado, Schulz considera necessário debater sobre o caminho dos organismos europeus, assim que o Reino Unido confirmar formalmente sua decisão de abandonar a UE.
Neste sentido e antes de viajar a Londres para reunir-se com a primeira-ministra, Theresa May, declarou que “uma linha comum deve ser acertada entre o Reino Unido e a UE, por isso é necessário trabalhar em ambos lados”.
Além disso, disse respeitar a decisão britânica de tomar o tempo necessário para executar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que inicia o processo de separação do bloco.
Com respeito às negociações com a Turquia para sua adesão, Schulz reiterou que o país somente terá isenção de vistos para seus cidadãos se Ancara cumprir os 72 critérios acertados com a UE.
Ele lembrou que ainda faltam cumprir três requisitos, entre eles a reforma da lei antiterrorista e o tema das leis de proteção de dados.
Schultz espera que sejam cumpridos assim que for levantado o estado de emergência declarado por Recep Tayip Erdogan, após o frustrado golpe de Estado de 15 de julho.