Trabalhadores das IFES aprovam deflagração de greve para o dia 22/10

Decisão será levada à FASUBRA para deliberação nacional da categoria

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Os trabalhadores técnico-administrativos em educação (TAEs) do estado de Goiás aprovaram, em assembleia geral realizada na manhã de terça (27), pela deflagração da greve da categoria para o dia 22 de outubro. A proposta dos TAEs goianos será encaminhada à FASUBRA, fededação que organiza a categoria nacionalmente, para que seja analisada em conjunto com as propostas dos outros estados. No momento, a UFMG é a única universidade em greve, mas cresce o número de instituições que aderiram ao estado de greve.

A decisão dos/as trabalhadores/as da UFG, IFG e IF Goiano foi tomada por causa das diversas medidas anunciadas pelo governo Temer que representam pesados ataques aos direitos trabalhistas, à educação brasileira e aos serviços públicos. Projetos como a PEC 241, que congela os investimentos públicos por 20 anos; do PLC 54/16, que prevê corte de verbas, congelamento de salários, terceirização e privatização no serviço público e a reforma da previdência são algumas das propostas que levaram os trabalhadores a anunciar a deflagração. O anúncio da reforma do ensino médio, por medida provisória, em especial, acerta em cheio os TAEs dos Institutos Federais.

Também está no calendário de atividades de mobilização da categoria uma paralisação na próxima quinta-feira, dia 29 de setembro. Nessa data, o SINT-IFESgo, em conjunto com a Adufg (sindicato dos professores da UFG), o Diretório Central dos Estudantes da UFG (DCE) e a Associação de Pós-Graduandos da UFG (APG), irá realizar debates e palestras na UFG e IFG com o objetivo de conscientizar e mobilizar a comunidade universitária acerca dos perigos das medidas anunciadas pelo governo federal.

A categoria aprovou também a mobilização e participação em um ato nacional no próximo dia 5 de outubro, puxado pelas centrais sindicais. O formato do ato ainda está em discussão pelas entidades organizadoras.

A professora Ailma Oliveira, presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), presente na assembleia, alertou para o perigo das medidas ditatoriais do governo Temer e reforçou a necessidade de fortalecer e unificar a luta contra os ataques aos direitos trabalhistas. “Esse é o momento de trabalhar com muita unidade os movimentos sociais. Só conseguiremos barrar esses projetos se intensificarmos a mobilização dos trabalhadores e agirmos em conjunto”, afirmou. Ela elogiou o Sint-Ifesgo pela organização e número de atividades realizadas.

A coordenadora geral do SINT-IFESgo, Fátima dos Reis, ressaltou a importância de pressionar o governo federal para que os direitos da categoria não sejam retroagidos pelo governo Temer. “Em nossa última reunião com o governo, ficou claro que precisaremos de muita luta no próximo período para que possamos garantir o cumprimento integral do acordo da greve de 2015, barrar os cortes de verbas na educação e saúde e impedir o desmanche do serviço público”, concluiu.
Muitos trabalhadores levantaram preocupação sobre o nível de envolvimento dos colegas nas atividades de mobilização e nas assembleias, mas a avaliação geral é de que o movimento tem crescido, inclusive nos campus do interior. Entre as decisões tomadas está a realização de reuniões nas unidades e órgãos, a fim de esclarecer e conscientizar toda a categoria para a atual conjuntura nada favorável ao serviço público, para que possam melhor se posicionar quanto ao movimento grevista.