PEC 241 precariza serviços e alimenta crise, dizem sindicalistas
Os trabalhadores do serviço público estão na mira da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 que congela por 20 anos as despesas primárias (menos os juros da dívida pública) com imposição de teto de investimento para educação e saúde. Representantes de trabalhadores argumentam que o governo de Michel Temer promove, com a PEC 241 e as iminentes reformas trabalhista e previdenciária, inédita precarização da classe trabalhadora e dos serviços públicos.
Por Railídia Carvalho
Publicado 13/10/2016 20:40

A PEC 241 foi aprovada dia 10 de outubro em 1º turno pelo plenário da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Rodrigo Maia, marcou a votação da proposta em 2º turno para o dia 24, quatro dias antes do dia do Servidor Público, que se comemora em 28 de outubro.
José Domingos, presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), declarou ao portal da entidade que o impacto da PEC é devastador, sobretudo em um momento de crise e desemprego em que aumenta a procura pelo serviço público. Dados recentes apontam para 12 milhões de desempregados.
Considerando os três niveis de governo, federal, estadual e municipal os trabalhadores do serviço público somam 15 milhões.
“O primeiro grande ataque que tivemos foi na refoma administrativa de FHC e perdemos vários direitos que até hoje não recuperamos, e para se ter uma ideia, Bresser [Bresser-Pereira], que comandou aquela reforma em 1997, é contra a PEC 241 por julgar que é destrutiva e vai prejudicar a manutenções das questões sociais e os serviços públicos”, relembrou João Paulo, que é secretário do Serviço Público e do Trabalhador Público da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Com a retração do consumo, os empregadores optam pela dispensa do empregado para reduzir custos.
Os trabalhadores do serviço público estão desde o início da semana em mobilização permanente contra a PEC 241. No dia 24 serão intensificadas as paralisações e mobilizações de servidores públicos em todo o país, sobretudo, em aeroportos abordando parlamentares pela rejeição da PEC.