Falar de prevenção ao câncer de mama nunca é demais 

Campanhas como o Outubro Rosa mostram o quanto as mulheres podem se proteger do câncer, bastando que estejam atentas aos sinais do próprio corpo.

Deputada estadual Isaura Lemos, presidenta do PCdoB Goiás

Isaura Lemos - Reprodução

As possibilidades de sucesso no tratamento de um câncer são muito grandes quando este é detectado na fase inicial. Essa é a principal razão para que a prevenção seja estimulada entre a população, principalmente durante campanhas como a do Outubro Rosa, que visa alcançar não apenas os grupos de risco, mas todas as mulheres. Médicos e demais profissionais da área de saúde têm alertado para o fato de que é muito mais fácil e menos agressivo para o paciente tratar um câncer na fase inicial, do que quando este se encontra em fase avançada. O câncer de mama, por exemplo, quando diagnosticado precocemente, no estádio clínico entre 1 e 2, alcança uma sobrevida após cinco anos que varia entre 85% a 90% dos casos, dizem os mastologistas.

O câncer de mama é a maior causa de morte por câncer nas mulheres, em todo o mundo, registrando cerca de 520 mil mortes por ano. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) vamos fechar 2016 com 56,4 mil novos casos de câncer para cada 100 mil mulheres. A previsão é de que sejam diagnosticados somente no Centro-Oeste 1.680 novos casos de câncer de mama.

Fazer a prevenção é uma atitude que começa com a observação do próprio corpo, identificando nele sinais diferentes do comum, que possam indicar que alguma coisa não está normal. Essa observação minuciosa é a principal defesa da mulher contra o câncer de mama, como alerta a campanha Outubro Rosa.

Dentro de toda essa mobilização, é preciso reconhecer e cumprimentar os profissionais de saúde engajados nesse desafiador trabalho de conscientização. Dirijo-me de forma especial aos enfermeiros e enfermeiras que incorporaram as condutas de prevenção ao câncer e a outras doenças em suas rotinas e protocolos de atendimento ao paciente, conforme se vê nos CAIS e em hospitais públicos e particulares.

Iniciativas como essa são muito importantes para garantir a prevenção de doenças e a saúde da mulher de forma geral. É fundamental que o governo federal, estados e municípios estejam engajados em ações preventivas e que eles próprios sejam proponentes de políticas públicas de atenção integral à saúde da mulher.

Nesse sentido, as perspectivas infelizmente não são boas. A PEC 241/16, proposta pelo governo golpista de Michel Temer, já foi aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados. Se aprovada e sancionada, será um brutal ataque ao sistema único de saúde (SUS). Estudo recente publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a saúde pública brasileira poderá perder 743 bilhões de reais em investimentos nos próximos 20 anos. Um rombo de tamanhas proporções certamente afetará os programas de prevenção de doenças como o Outubro Rosa, bem como todo o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher.

Nesse sentido, é fundamental que estejamos atentos à tramitação desse e de outros projetos que provocam o desmonte da saúde pública no país, sob pena de deixarmos a parcela mais necessitada da população sem atendimento à saúde.