Temer diz que confiança voltou, mas comércio amarga 17ª queda

A tal confiança que o presidente Michel temar anunciou que estava de volta ao país parece não surtir efeito sobre a economia. Os indicadores do comércio varejista do país fecharam o mês de agosto com quedas tanto no volume de vendas (-0,6%), quanto na receita nominal do setor (-0,5%), em comparação ao mês de julho, na série com ajuste sazonal.

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A constatação é da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a queda de agosto, as vendas do comércio fecharam os primeiros oito meses do ano com queda acumulada de 6,6%, enquanto a receita nominal fechou com expansão de 5,1%, comparativamente aos primeiros oito meses do ano passado.

Quando a comparação se dá com agosto do ano passado, série sem ajuste sazonal, o volume de vendas recuou 5,5%. Neste caso, é a 17ª taxa negativa consecutiva no tipo de comparação, o que reforça a tendência de queda do setor. O varejo opera em um patamar 12,9% abaixo do melhor momento, em novembro de 2014.

As vendas no segmento de hiper e supermercados recuaram 2,2% ante agosto de 2015, refletindo uma inflação de 16,8% no item alimentação no domicílio, medido pelo IPCA. Essa foi a principal influencia negativa, frisou o IBGE. Mas outros setores sofreram com a conjuntura econômica.

A queda no número de trabalhadores com carteira assinada, a menor massa de rendimento e a taxa de juros alta contribuem para a queda nas vendas de itens como móveis e eletrodomésticos (-9,3%), outros artigos de uso pessoal e domésticos (-10,8%) e tecidos, vestuário e calçados (-10,4%). "As atividades que estão ampliando a queda são aquelas com itens cujo consumo não é essencial e pode ser postergado", explica Isabella Nunes, do IBGE.