Senado não identifica mandantes da ação da Polícia Legislativa 

As dependências da Polícia Legislativa, no subsolo do prédio do Senado, foram cercadas de jornalistas e radialistas que, após a ação da Polícia Federal, que prendeu quatro policiais legislativos acusados de estarem atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato, buscam saber quem são os mandantes da ação. A única informação obtida é de que a Diretoria-Geral, a qual está vinculada a Polícia Legislativa, está preparando uma nota oficial sobre o assunto que ainda não foi divulgada.

Senado não identifica mandantes da ação da Polícia Legislativa - Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) não está na Casa e, por meio de sua assessoria, anunciou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Nos bastidores, as informações são de que a ação da Polícia Legislativa foi delatada por um agente da própria Polícia do Senado ao procurador geral da República, Rodrigo Janot, e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, responsável pela Operação Lava Jato.

Segundo a denúncia, os policiais legislativos estavam retirando escutas telefônicas que foram instaladas, com autorização judicial, pela Polícia Federal, nos apartamentos funcionais de senadores investigados pela Lava Jato.

Na ação desta sexta-feira (21), a PF investiga se houve uma ofensiva de contrainteligência de policiais legislativos do Senado em relação à Lava Jato. A ação da Polícia Legislativa teria sido feita nos gabinetes e residências dos senadores Fernando Collor de Mello (PTC-AL), Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP).

Explicações

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que teria sido citada como uma das parlamentares envolvidas na ação da Polícia Legislativa, de retirada das escutas telefônicas, divulgou nota explicando que “logo após a operação de busca e apreensão realizada em minha casa em Brasília e em Curitiba, com a prisão de meu marido Paulo Bernardo, solicitei ao Senado que a Polícia Legislativa, dentro de suas atribuições legais, fizesse uma verificação e uma varredura eletrônica nas residências. Fiz o pedido formalmente. Tem processo no Senado com autorização formal para isso”.

Na nota, a senadora diz ainda que “em Curitiba, a busca e apreensão da Polícia Federal foi feita sem nossa presença ou de alguém da família. Não sei o que tinha acontecido. Por isso pedi para fazer a varredura lá também. Esse serviço da Polícia Legislativa existe regularmente há muito tempo. Temos todo processo de pedido formalizado. Tudo dentro das normas do Senado. Fazer isso não configura obstrução alguma. Apenas queria ter informação de segurança sobre minha residência”.

A senadora explicou ainda que “também consultei a Polícia Legislativa sobre os procedimentos caso achassem algo nos locais. Foi me informado que se algo fosse encontrado, seria comunicado ao Ministério Público, para verificação de possível determinação judicial para o procedimento ou não. Como não encontraram nada, não tomamos nenhuma providência”.