Jucá diz que PEC que congela gastos por 20 anos é a salvação do Brasil

Após ser flagrado em conversas gravadas por aliados tramando o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff para “estancar a sangria” da Lava Jato e ter que deixar a equipe ministerial de Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) volta à cena, agora como líder do governo no Senado, para defender a PEC 55, que tramitou na Câmara dos Deputados como PEC 241, que congela por 20 anos os investimentos públicos, principalmente de saúde e educação.

Senador golpista: Jucá e o histórico de pendências judiciais - boavistaagora.com.br

"Adversários dirão que estamos tirando direitos, mas estamos salvando o Brasil", afirmou Jucá durante encontro do PMDB, do qual é o presidente nacional, nesta terça-feira (8).

Investigado pelo Supremo Tribunal Federal, Jucá se fingia de morto para ninguém lembrasse que ele estava vivinho da Silva desde que foi obrigado a sair do governo, em maio, após o vazamento das gravações, mas continuava atuando plenamente nos bastidores do governo Temer. Agora, que ele acha que a poeira baixou, já começou a botar as garras de fora. Disse durante o evento que já prepara com Temer o envio da reforma da Previdência.

Nas gravações feitas por Sergio Marchado, diretor da Transpetro indicado pelo seu partido, Jucá dizia que estava manobrando para garantir os votos do impeachment da presidenta Dilma. Nesta terça, Jucá afirmou que Temer chegou ao poder “colocado pelo destino” e que ele tem a “missão de reconstruir rumos do país". "Temos obrigação de terminar o governo Temer com o PMDB maior do que entrou", pretende ele.

Apesar do discurso, o senador admitiu que os partidos políticos são vistos de forma negativa e distante da população. Afirmou que o PMDB tem atuações que não se comunicam e que é preciso mais integração.

Diante do revés que pode sofrer por ter conspirado contra a democracia, Jucá dá sinais claros de que sabe qual o destino reservado aos traidores da Pátria e tenta insuflar uma reação maquiada de renovação.

"O formato político do passado está em decomposição. Os partidos que não se atualizarem estão fora do jogo", completou ele, afirmando que a meta é transformar o PMDB em uma legenda profissional e que gastará o que for preciso para fazer isso. "Não quero ter grande saldo bancário nas contas (do partido), quero ter gente nas ruas", emendou.