Estudantes promoverão paralisações contra o desmonte da educação

Nesta sexta-feira (11) diversas entidades do movimento sindical, estudantil e juvenil sairão às ruas promovendo uma série de manifestações e paralisações, denunciando o pacote do Governo Temer, que retira conquistas sociais históricas e precariza áreas estratégicas, como a saúde e educação. A proposta é intensificar a adesão popular para uma futura greve geral.

Manifestação de estudantes - TV UNE

A segunda-vice presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Tamires Sampaio, convoca os estudantes a saírem às ruas nesta sexta-feira (11), "O golpe não foi apenas contra a presidenta Dilma, mas sim contra toda a classe trabalhadora. Os cortes promovidos por Temer evidenciam que todos estudantes devem ocupar as ruas para dizer não ao retrocesso. É importante realizar paralisações em diversas universidades", afirma a estudante.

Reivindicações dos estudantes

Desde que ascendeu à presidência através de um golpe de estado, o governo Temer tem buscado promover diversas ações para falir com a prestação dos serviços públicos. No caso da educação, milhares de estudantes se revoltam, em todo o país, com a proposta antidemocrática da Reforma do Ensino Médio e contra a implementação da PEC 241, que agora tramita no Senado como PEC 55.

A Reforma do Ensino Médio encaminhada pelo governo Temer, além de não ter sido construída em conjunto com a comunidade escolar e entidades que atuam em defesa da educação, terá como consequência a não obrigatoriedade de disciplinas que estimulam o senso crítico dos jovens, como sociologia e filosofia, tornando obrigatórias somente português e matemática, a implementação do ensino integral em escolas que não possuem infraestrutura para receber esse tipo de proposta e a não exigência de formação pedagogia dos professores, apenas bastaando possuir um "notório saber".

Já a  proposta da PEC 55 define um limite para os gastos do Governo Federal durante 20 anos. Qualquer investimento de gastos públicos não poderá ultrapassar o limite da inflação do ano interior, congelando aplicação em áreas como saúde, educação e gerando a perda do poder de compra do salário mínimo, entre outros impactos que atingirão em cheio a classe trabalhadora.

Apesar da propaganda do governo para defender suas proposta, gastando com marketing, jogando os estudantes contra os outros através do adiamento do Enem e tentando multar a UNE, a União Brasileira dos Estudantes secundaristas (Ubes) e a União da Juventude Socialista (UJS) em R$ 15 milhões, os estudantes aumentam o número de instituições ocupadas. Nesta quarta-feira (9), a UNE informa que já são 172 universidades paralisadas, além de mais de 800 colégios sob a posse dos alunos.

Os estudantes reivindicam a imediata revogação da Reforma do Ensino Médio e da PEC 55.

"Governo manipula" 

A presidenta da Ubes, Camila Lanes, alertou a respeito da manipulação feita por Temer. "O governo culpa os estudantes por adiar o Enem para mais de 200 mil estudantes, mesmo o Inep declarando que é possível realizar o Exame em ocupações, porém não admitem que a maior prova do descaso e despreparo são as fraudes caríssimas aplicadas nesse ano, os cortes nas universidades e as 220mil vagas disponíveis para os mais de 8,5mi de inscritos no ENEM", denuncia a estudante.