Advogados vão representar Lula em audiência com Moro

Os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira informaram em nota que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai comparecer a audiência de oitiva de testemunhas de acusação na Justiça Federal em Curitiba, Paraná. O juiz federal Sergio Moro aceitou pedido da defesa para que ele e a esposa Marisa Letícia sejam dispensados das audiências, que ocorrerá nos dias 21, 23 e 25 de novembro.

Cristiano Zanin Martins

Com isso, apenas a presença dos advogados de Lula e Marisa será necessária no curso das audiências. Nesta quinta-feira (17), o juiz havia notificado a Justiça Federal de São Bernardo do Campo (SP) para que intimasse o casal a comparecer à oitiva das testemunhas na semana que vem, o que foi amplamente divulgado pela imprensa como se fosse audiência de depoimento de Lula e Marisa.

Na segunda-feira (21), serão ouvidos os empreiteiros Augusto Mendonça, Dalton Avancini e Eduardo Hermelino e o ex-senador Delcídio do Amaral. Na quarta-feira (23), será a vez do ex-deputado Pedro Corrêa, dos ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, e do ex-gerente da estatal Pedro Barusco. Os depoimentos do doleiro Alberto Youssef, do pecuarista José Carlos Bumlai, e dos lobistas Fernando Baiano e Milton Pascowitch estão marcados para a sexta-feira (25).

Também foi ampliado para mais 30 dias o prazo para que a Secretaria de Administração da Presidência da República, hoje comandada por Michel Temer (PMDB) após o golpe, examine os bens do ex-presidente Lula.

Moro quer que a Presidência avalie se os presentes recebidos ao longo do mandato foram irregularmente incorporados ao patrimônio do político ao invés de ficar com a União. Os materiais foram apreendidos durante a 24ª fase da Lava Jato e estavam guardados no Banco do Brasil.

Recentemente, quatorze anos depois da edição do decreto que trata do patrimônio da União, o Tribunal de Contas (TCU) determinou ao Palácio do Planalto que os presentes recebidos pelos presidentes da República sejam incorporados ao patrimônio. Estranhamente, o órgão afirma agora que o texto regulamentou os critérios de preservação de acervos privados da Presidência da República foi interpretado equivocadamente.