Comissão vota para investigar Geddel e governo fala em "preocupação'

Diante da denúncia contundente do ministro da Cultura, Marcelo Calero, que pediu demissão acusando o também ministro Geddel Vieira (PMDB-BA) de pressioná-lo a levantar o veto imposto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) à construção de um condomínio residencial em uma área tombada de Salvador, na Bahia, Michel Temer botou Moreira Franco para falar e tentar fingir que está preocupado.

Geddel Vieira Lima - Antonio Cruz/Agência Brasil

Moreira Franco, que é secretário do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), está em Paris onde participa do 4º Fórum Econômico França-Brasil. Ele disse que a permanência de Geddel no cargo está sendo avaliada com cuidado pelo governo.

"O presidente está debruçado sobre a questão", pois está "muito preocupado", disse Moreira, afirmando que Temer que encontrar uma saída "que sirva ao governo e ao país".

A declaração de Moreira veio acompanhada da decisão da maioria dos integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que por 5 a 2, votaram a favor de abrir o processo para investigar a denúncia do ex-ministro da Cultura contra Geddel.

Apesar de já ter uma maioria a favor da investigação, o conselheiro José Saraiva pediu vista ao processo para analisar os fatos. Com isso, Geddel ganhou mais um tempo, já que Saraiva ficou de apresentar um posicionamento na próxima reunião do colegiado, que só acontece no dia 14 de dezembro.

"O PMDB não se organizou para fazer delito", bravateou Morreira que foi um dos comandantes da manobras que levaram ao golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousse.

Ele não descartou um possível afastamento do ministro. "Não afasto, nem afirmo. Como eu disse, o presidente vai estar debruçado sobre essa questão".