Encontro cria Coletivo LGBT e propõe uma secretaria na CTB

O Encontro Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB): Visão Classista sobre a Diversidade Social, ocorrido entre os dias 18 e 20, no Rio de Janeiro, trouxe importantes novidades para a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

bandeira lgbt - Reprodução

Entre as novidades está a criação do Colevito LGBT. Carlos Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da central, afirma que a criação do coletivo significa um “importante avanço para o movimento sindical”.

Para ele, a CTB “dá um passo importante para abranger essas pessoas tão discriminadas pelo mercado de trabalho”. Além de incluir os LGBTs no mundo do trabalho, Nunes defende o combate a todas as formas de violência e discriminação.

“Quanto mais espaços para a diversidade, mais possibilidades de acabar com o assassinato de transexuais e travestis no país”, reforça. Já que pesquisa da Transgender Europe coloca o Brasil na incômoda posição de campeão da violência contra as pessoas trans.

De acordo com o levantamento entre 2008 e 2016 foram assassinados 900 trans no país, num total de 2.016 no mundo. Ou seja, “o Brasil responde por 46,7% dos homicídios registrados de pessoas trans em todo o mundo”, afirma Gabriela Loureiro, da BBC Brasil (leia a íntegra da reportagem aqui).

Informações do Disque 100 (serviço para denúncias de violações dos direitos humanos) mostram que em 2015 foram registradas 1.983 ligações denunciando violência contra trans, um crescimento de 94% em relação a 2014, quando ocorreram 1.024. A maioria das denúncias referem-se a casos de discriminação (53%), já 25% são de violência psicológica, 11% de agressões físicas e 2% outros.

"Nós precisamos enxergar com muita importância e respeito a diversidade. Afinal, defendemos e lutamos por uma sociedade que valorize as diferentes expressões humanas. Assim, considero que demos um passo importante na nossa organização, sobretudo diante da tarefa de valorizar os segmentos de LGBT como lésbicas, gays, mulheres e homens bissexuais, travestis e mulheres e homens trans", fala Adilson Araújo, presidente da CTB.

Por isso, o coletivo vai se reunir em breve para elaborar proposta de “criação da Secretaria LGBT como uma forma de ampliar o leque de luta por igualdade em nosso país”, define Nunes. A proposta deve ser encaminhada ao congresso da CTB, que ocorre em agosto do ano que vem.