Alexandre Weffort: Fidel Castro – o exemplo imprescindível

"A todos chegará a sua vez, mas as ideias dos comunistas cubanos permanecerão como prova de que neste planeta, se trabalharmos com fervor e dignidade, podemos produzir os bens materiais e culturais que os seres humanos precisam e devemos lutar incansavelmente para obtê-lo". Estas palavras, proferidas por Fidel Castro no VII Congresso do Partido Comunista Cubano, dão uma síntese objetiva do que move os comunistas.

*Alexandre Weffort


Fidel - Foto: Estado Diário

A simplicidade da formulação, feita por um dos maiores líderes revolucionários do século XX, ajuda a superar as dificuldades que a formulação teórica (ferramenta essencial da ação política) coloca a quem queira compreender porque tantos – homens e mulheres, jovens ou idosos – assumem persistentemente, em razão da consciência própria ao ser humano, uma causa que é, simultaneamente, uma possibilidade concreta e uma utopia.

A revolução cubana nasce da necessidade de afirmação da dignidade dos homens e das mulher cubana face à opressão – uma ilha que se encontrava subjugada na relação de vizinhança com a maior potência capitalista, os EUA – afirmação de dignidade que se manteve nas décadas seguintes, na resistência organizada do povo e desenvolvimento da sociedade cubana face ao bloqueio imperialista.

A presença norte-americana em Guantánamo continua, ainda hoje (apesar dos falhados compromissos de Obama relativamente à desativação daquela prisão / base militar abusivamente mantida pelos EUA em solo cubano), a simbolizar o que representa o imperialismo para Cuba e para a humanidade.

O contraste, entre o alcance das conquistas que a revolução cubana representa e a natureza opressora do imperialismo, entre o humanismo de Fidel Castro e o militarismo da maior potência capitalista, elucida a necessidade da luta dos comunistas, o seu caráter imprescindível, do qual Fidel é exemplo maior.

Um sentido do imprescindível definido no imaginário brechtiano: “Há homens que lutam um dia e são bons, Há outros que lutam um ano e são melhores, Há os que lutam muitos anos e são muito bons, E há os que lutam toda a vida e estes são os imprescindíveis”.

*Alexandre Weffort, residente em Portugal, é professor, mestre em Ciência das Religiões e doutorando em Comunicação e Cultura

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