Milhares de manifestantes ocuparam ruas de Madri
Mais de 60 ações de protesto decorreram nos últimos dias em várias cidades espanholas e culminaram no domingo (18) numa manifestação em Madri para pressionar o Governo a negociar e pela recuperação de direitos perdidos.
Publicado 19/12/2016 20:52

Com o lema "As pessoas e os seus direitos em primeiro lugar. Defende-os", milhares de pessoas manifestaram-se pelas ruas de Madrid contra a política laboral do governo de Mariano Rajoy, acusando-o de atacar os direitos sociais dos trabalhadores e de impor limitações ao processo de diálogo social: a não-reversão das reformas estruturais e o cumprimento dos limites para o défice orçamental negociados com a Comissão Europeia.
A ação foi convocada por confederações sindicais espanholas, a CCOO (Confederação Sindical das "Comisiones Obreras") e a UGT (União Geral de Trabalhadores). Os sindicatos exigem mais e melhor emprego, salários dignos, pensões suficientes e sustentáveis e um rendimento mínimo contra a pobreza e a desigualdade.
"Esperamos que esta manifestação marque o início de um movimento que, a pouco e pouco, vai crescer, contra a política de direita deste Governo" afirmou à Lusa Agostín Martin, dirigente da CCOO.
Já o secretário-geral da mesma confederação sindical, Pepe Álvarez, declara ao Público espanhol que estão dispostos ao diálogo, "mas os limites que o Governo impôs no início da negociação são tão estreitos, que é necessária a mobilização".
As estruturas sindicais incidiram na necessidade de revogar a reforma laboral, impulsionar a negociação colectiva, alterar a política fiscal e repartir a riqueza. Já avisaram que o atual movimento de protesto "não será o último", se o Governo não respeitar o diálogo social ou se não satisfizer as reivindicações.