Sem categoria

Juca Ferreira na Bienal da UNE: “Cabe ao povo construir a democracia”

Na tarde deste domingo (29), o auditório do Teatro Dragão do Mar, em Fortaleza, ficou lotado para receber o Encontro sobre a Reinvenção da Cultura na defesa da democracia, realizado durante a 10ª edição da Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE). 

Juca Ferreira na Bienal: “Cabe ao povo construir a democracia” - UNE

Participaram o ex-ministro da cultura Juca Ferreira, o músico Tico Santa Cruz, a cineasta e atriz Ana Petta, a rapper Preta Rara, o secretário de cultura do Ceará Fabiano dos Santos, a representante da Marcha Mundial das Mulheres Liliane Oliveira, e a ex-membro do Conselho Nacional de Juventude Tâmara Terso.

‘’Há necessidade do compromisso do estado com a democratização da sociedade brasileira, mas também cabe ao povo construir a nossa democracia porque as elites estão se lixando. Precisamos construir uma base popular ampla onde um reconheça o direito do outro. Generosidade deve ser nosso principal instrumento de luta para realizarmos mudanças’’, falou Juca Ferreira.

O músico Tico Santa Cruz acredita que a classe artística deve fazer parte reinvenção. ‘’Muitos artistas acham que é só levar sorriso para o público e está tudo bem, mas não é bem assim. Nós não estamos aqui para anestesiar ninguém, devemos aproveitar os holofotes para contestar o que está aí’’, afirmou.

Secundaristas de luta 

O debate se deu em torno das vivências dos convidados com a cultura e a necessidade de transformação depois do golpe sofrido por todo povo brasileiro. Questões como a perda de direitos, o racismo, o machismo, a lgbtfobia apareceram como verdadeiros fantasmas recriados pelo conservadorismo em curso no país.

‘’Eu tenho um pouco de medo do futuro quando vejo esse movimento fascista na sociedade, mas aí eu lembro das ocupações secundaristas e tenho certeza que por mais que eles venham com ódio e tentem retirar nossos direitos, temos alguma coisa que ficou no corpo. Principalmente das mulheres. Isso que ficou em nossos corpos, essa alegria, ninguém pode tirar, nenhum golpe tira da gente. E é daí que devemos buscar a nossa reinvenção’’, disse Ana Petta.

Tâmara Terso e Preta Rara lembraram que o conceito de democracia ser deve alargado. ‘’Uma democracia deve incluir negros e negras, mulheres no centro da luta. Chega de falar por nós sem estarmos presentes. O ingrediente da reinvenção é a luta popular’’, destacou Tâmara.