Poroshenko promete referendo sobre entrada da Ucrânia na Otan
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou, nesta sexya-feira (3), sua intenção de realizar um referendo sobre a adesão deste país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Publicado 03/02/2017 16:42

Segundo Poroshenko, a opinião pública ucraniana mudou muito nos últimos quatro anos, quando apenas 16 por cento da população estava em prol de deixar atrás a política de permanecer fora de qualquer bloco militar.
O multimilhonário e agora chefe de Estado assinalou que em caso de uma resposta positiva à entrada ucraniana na aliança atlântica, fará todo o possível para materializar essa possibilidade.
De acordo com pesquisas, 54 por cento dos ucranianos apoiariam agora uma adesão à aliança, depois que em dezembro passado a Rada Suprema (Parlamento unicameral) aprovou uma resolução que anula a negativa a integrar blocos militares.
Após o golpe de Estado perpetrado pela direita com apoio de grupos neofascistas, em fevereiro de 2014, a cúpula no poder manejou a possibilidade de uma adesão à Otan em conversas com potências ocidentais.
No entanto, Poroshenko nunca obteve uma resposta clara, enquanto alguns analistas consideram que a Ucrânia só poderia fazê-lo dentro de 20 ou 25 anos.
A preparação para a entrada desta nação ao bloco intensificou-se nos últimos dois anos, depois que o Exército tratou de adaptar sua estrutura à dessa aliança, formada agora por 28 estados.
Para 2020, as autoridades ucranianas planejam equiparar a estrutura de suas forças armadas para que correspondam totalmente com a do bloco militar.
Alguns analistas consideram que a Otan mantém uma regra não escrita oficialmente, para manter fora dessa organização países com litigios territoriais, como já sucedeu com a Georgia, com seu diferendo com Abkhásia e a Ossétia do Sul.
A Ucrânia vive um conflito no sudeste, onde a população se levantou contra o golpe de estado e o interesse de eliminar o russo como idioma oficial, e realizou referendos de independência em Donetsk e Lugansk.
As duas regiões do sudeste vivem uma guerra, com saldo de ao menos nove mil mortos, em sua grande maioria civis, enquanto a península da Crimeia apoiou em um referendo sua independência e regresso à soberania da Rússia.