Revolução Pernambucana: você sabe o que é isso?

Guerra dos Mascates, Revolução Praieira, Batalha de Tejucupapo. De fato, Pernambuco é berço de levantes populares. Além das citadas, outra revolta vista na escola é a Revolução Pernambucana que, em 2017, completa 200 anos. Mas você sabe o que ela significou em termos de mudança política?

Por Mariana Reis*

Revolução Pernambucana

Em linhas gerais, o povo pernambucano se rebela contra o domínio colonial em 06 de março de 1817 e, em poucas semanas, Rio Grande do Norte e Paraíba também aderem ao movimento, que reivindica não só independência politica, mas igualdade social, liberdade religiosa e de imprensa e conquista, nesse período, um governo autônomo.

Importante destacar a participação da maçonaria e dos padres. Entre as lideranças: Padre Roma – cuja execução pública teve de ser assistida por seu filho, que se tornaria, mais tarde, o General Abreu e Lima –, Gervásio Pires, Cruz Cabugá, Frei Caneca. Após 70 dias, o movimento é alvo de repressão, com 1600 assassinados e 800 presos.

Na disputa de sentidos e no imaginário popular, até hoje os revolucionários são lembrados apenas como “rebeldes anarquistas”. Mas há resistência: dos livros de História para publicações mais populares e recentes, a revolução vira, por exemplo, romance histórico em 2007, pelas mãos do jornalista Paulo Santos.

Na obra A Noiva da Revolução, o autor inventa o namoro – proibido, claro! – entre um líder revolucionário e a filha de um nobre português como pano de fundo para descrever a inssureição. A novela gráfica – ou HQ, para os íntimos – A Morte e a Morte de Frei Caneca, lançada em 2013 pelo historiador Rodrigo Acioli e a editora Sabrina Carvalho, também narra a trajetória a partir de nova perspectiva.

Numa linguagem contemporânea, a ficção histórica toma como ponto de partida a atuação do frei no movimento, que resultaria em sua prisão no mesmo ano. Ao ser libertado, ele protagonizaria outra importante luta, a Confederação do Equador, em 1824. Mas isso já é outra história…

*Mariana Reis é jornalista e pesquisadora de comunicação e cultura