Na recessão, Itaú amplia lucros

Enquanto o Brasil aprofunda a recessão, com as empresas indo à bancarrota e cerca de 12 milhões de pessoas desempregadas, o setor financeiro continua alheio às intempéries. Na contramão do que ocorre na economia real, maior banco privado do país, o Itaú Unibanco ampliou seus ganhos. Lucrou R$ 5,8 bilhões no último trimestre de 2016, uma alta de de 4% em relação ao período anterior e de 1,8% sobre o quarto trimestre de 2015.

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No ano de 2016, o lucro da instituição somou R$ 21,6 bilhões, 7% a menos que os R$ 23,3 bilhões registrados em 2015.

Mas, de acordo com o G1, a empresa de informação financeira Economatica calcula que o lucro é o segundo maior da história dos bancos de capital aberto brasileiros. O maior até então é o registrado pelo Itaú em 2015.

O altíssimo patamar de rentabilidade não impediu o banco de fechar agências e demitir funcionários. Entre novembro de 2015 e novembro de 2016, foram cortados 2.753 postos de trabalho e 207 agências foram fechadas.

Os lucros ascendentes, mesmo em um momento de recessão, têm relação com a política de juros altos, levada adiante pelo Banco Central. É esta estratégia que sufoca o setor produtivo, agravando a situação do desemprego no país, ao mesmo tempo em que tem impactos negativos sobre as contas públicas.

Enquanto isso, o governo federal argumenta que é preciso cortar gastos sociais, em busca de equilíbrio fiscal. O ajuste, no entanto, só pesa sobre os trabalhadores, poupando sempre o financismo, que continua a celebrar seus ganhos intocáveis.