Deputados Catarinenses discutem a reforma previdenciária

A proposta de reforma da Previdência Social em tramitação no Congresso Nacional foi tema de discursos na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, durante a sessão desta quarta-feira (15).  

Deputado Cesar Valduga SC - Agencia AL

O deputado Cesar Valduga (PCdoB) classificou como “catástrofe social” a elevação da idade mínima para a aposentadoria para 65 anos, atrelada a um tempo de contribuição de 49 anos para a concessão de benefício no valor integral. “É uma afronta aos trabalhadores, será um golpe fatal principalmente para os trabalhadores rurais, que vão morrer com a mão no cabo da enxada”, disse.

Valduga afirmou que a verdadeira reforma da Previdência Social é a cobrança dos R$ 426 bilhões que o INSS tem a receber em dívidas, principalmente de grandes corporações. “3% dos devedores respondem por 63% dessa dívida”, disse. “Cobrar de quem deve é a verdadeira reforma para que não se onere quem paga corretamente.”

Em aparte, o deputado Natalino Lázare (PR) também demonstrou preocupação com a situação dos trabalhadores rurais e com a impunidade aos devedores da previdência. Uma moção, de autoria da deputada Ana Paula Lima (PT), e uma indicação, do deputado Antonio Aguiar (PMDB), ambas tratando da Reforma da Previdência, foram aprovadas pelo Plenário.

O assunto também foi destacadao pelo deputado Dirceu Dresch, (PT), que rebateu a ideia, defendida pelo governo, de que a previdência está quebrada. “O governo desvia recursos do INSS para aplicar em outras áreas. A previdência, em 2015, teve um lucro de R$ 53,9 bilhões. Como ela pode estar quebrada?” questionou.

Dresch disse que, ao invés de prejudicar os trabalhadores mais pobres, o governo deveria focar a reforma no fim das aposentadorias vitalícias e de altos salários em alguns setores, como o Judiciário. O parlamentar também acusou a União de querer privatizar o sistema previdenciário com o modelo de reforma proposto. “Do jeito que está, essa reforma vai levar milhões de famílias à miséria.”