Em Salvador o trio Respeita as Mina defende o Carnaval sem assédio
O trio elétrico Respeita as Mina, uma das iniciativas da campanha realizada pela Secretaria Estadual de Mulheres (SPM) da Bahia, desfilou no Circuito Osmar (Centro), nesta segunda-feira (27). O trio, que não usa cordas e é aberto ao público, contou com as cantoras Larissa Luz, baiana; MC Carol, carioca, e Tássia Reis, paulista. A proposta é combater a violência contra a mulher.
Publicado 28/02/2017 14:28
"Estamos contentes com a adesão da Campanha Respeita As Mina, de combate à violência contra as mulheres, especialmente pela juventude. A Larissa Luz, MC Carol e aTassia Reis arrasaram ao cantar no trio Respeita As Mina”, afirmou a titular da secretaria, Julieta Palmeira.
Muita gente que acompanhou o trio fez coro à intenção da secretaria. "O Carnaval também deve ser um lugar de se fazer política, e é também um dos lugares em que o machismo mais se manifesta", defende a cineasta Paula Gomes, 37 anos, que carregava um cartaz com os dizeres "tire seu machismo do caminho, que eu quero passar com meu Carnaval".
Primeira a cantar no trio, Larissa Luz tocou músicas do seu último álbum, Território Conquistado, e mandou uma mensagem defendendo as mulheres negras. "Tem que ter mais mulher preta na revista, na TV, em todo lugar", disse.
A auditora fiscal Viviane Moreira, 40, também destacou a importância da campanha. "É muito importante a existência desse trio, importante para a representatividade da mulher negra", diz ela sobre o projeto, que colocou três mulheres negras para puxar o trio.
A campanha terá continuidade mesmo depois do período carnavalesco. Segundo a secretária Julieta Palmeira, “a campanha começa nesse carnaval por iniciativa da Secretaria de Políticas para Mulheres da Bahia e outras ações estão sendo planejadas”. Sobre o papel da campanha a secretária declarou que “a violência contra as mulheres que se distingue com a violência doméstica é um problema de saúde pública e necessita da união de toda a gente para fazer o enfrentamento. À violência é uma das faces do machismo que leva muitas vezes ao feminicídio. Vamos empoderar as mulheres”. Julieta Palmeira afirmou ainda que “é preciso distinguir paquera saudável de assédio que é crime e, se configura, quando a mulher não quer. Também não vale puxar cabelo, beijar à força e agredir fisicamente quando a mulher não quer aceitar a paquera. Isso é crime. Carnaval de paz entre mulheres e homens é o que desejamos a todos e todas”.