Alemanha: Sociais-democratas passam partido de Angela Merkel

Pesquisa aponta 32% das intenções de voto para os social-democratas, contra 31% para a aliança CDU/CSU. Resultado é divulgado um mês após Martin Schulz ser apontado como candidato do SPD à chancelaria federal.

Martin Schulz - Conselho da União Europeia

Pela primeira vez em mais de uma década, o centrista Partido Social-Democrata alemão (SPD) ficou à frente da aliança entre União Democrata Cristã e União Social Cristã (CDU/CSU) na pesquisa da Deutschlandtrend, encomendada pela emissora pública ARD.

O resultado foi divulgado no dia 24 de fevereiro, exatamente um mês após o líder dos social-democratas, Sigmar Gabriel, desistir de concorrer à chancelaria federal alemã, abrindo assim caminho para a candidatura de seu correligionário Martin Schulz.

Conforme a atual pesquisa, o SPD conta com 32% das intenções de voto, o que representa um crescimento de quatro pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, feito em 2 de fevereiro.

Já a união entre CDU, da chanceler federal Angela Merkel, e CSU foi escolhida por apenas 31% dos eleitores entrevistados na enquete de domingo, o que representa uma queda de três pontos percentuais. A margem de erro é de 1,4 a 3,1 pontos para mais ou para menos.

O partido direitista Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou com 11% (queda de 1 ponto percentual), enquanto que o Partido Verde permaneceu com 8%. O partido A Esquerda, por sua vez, caiu um ponto percentual, para 7%, e o Partido Liberal Democrático (FDP) obteve 6%.

O resultado, que coloca o SPD pela primeira vez desde outubro de 2006 à frente dos conservadores na sondagem, também aponta um crescimento contínuo da sigla. No dia 5 de janeiro, o partido de centro-esquerda aparecia com apenas 20% das intenções de voto, contra 37% para a união CDU/CSU.

O SPD sofreu um notável impulso com a escolha de Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, para desafiar Merkel nas eleições de setembro. Um levantamento feito a pedido da agência de notícias dpa revela que 6.564 cidadãos se filiaram ao partido somente pela internet no último mês.

"Há 20 anos que não temos números assim", disse um porta-voz da sigla, que atualmente faz parte da coalizão de Angela Merkel no governo.

Especialistas, no entanto, advertem que é muito cedo para dizer se o entusiasmo será duradouro. A pesquisa Deutschlandtrend consultou 1.047 cidadãos entre 20 e 22 de fevereiro.