China envia mensagem clara de abertura em meio a incertezas mundiais
Ao divulgar medidas de abertura sem precedentes, a China está posicionada para abrir sua porta mais amplamente para o mundo em meio a uma maré crescente de protecionismo e sentimentos antiglobalização.
Publicado 14/03/2017 19:29
Os líderes chineses disseram aos deputados nacionais durante as importantes sessões políticas anuais que o país se abrirá "como nunca".
Isso demonstrou, mais uma vez, a determinação firme da China de seguir sua política de reforma e abertura assim como a confiança e forte sentimento de responsabilidade do país diante das incertezas mundiais crescentes.
Para abrir a porta muito mais amplamente
A "abertura" é uma das frases-chave mais usadas durante as "duas sessões" da China – as reuniões anuais do mais alto órgão legislativo e mais alto órgão de assessoria política do país.
"A porta aberta da China não se fechará", disse o presidente Xi Jinping durante as duas sessões anuais, prometendo que o país continuará com a abertura em todas as frentes e continuará a liberalizar e facilitar o comércio e o investimento.
As observações de Xi fizeram eco de seu discurso em janeiro no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, em que o presidente chinês disse que procurar o protecionismo é como "se fechar em um espaço escuro".
Enquanto isso, as promessas de Xi enviaram mais uma vez mensagens claras de que a China sempre esteve pronta para executar a cooperação de ganhos recíprocos com outros países.
"Em um momento em que o isolacionismo e protecionismo estão na ascensão no Ocidente, a abertura da China será referência para a continuidade da globalização", comentou o legislador Ou Chengzhong.
O relatório de trabalho do governo chinês lido pelo premiê Li Keqiang durante as duas sessões apontou o caminho para melhorar o plano estratégico da abertura da China e estabeleceu o curso em direção a um mais profundo e mais alto nível da abertura.
A China impulsionará a Iniciativa Cinturão e Rota, por exemplo, ao acelerar a construção de corredores econômicos terrestres e centros da cooperação marítima e aprofundar a cooperação internacional em capacidade industrial, segundo o relatório.
Também fará grande ações para melhorar o ambiente para os investidores estrangeiros, incluindo abrir mais suas indústrias de serviços, manufatura e mineração ao investimento estrangeiro, incentivar as empresas com investimento estrangeiro a abrir capital e emitir bônus na China e permitir a elas a participar dos projetos nacionais de ciência e tecnologia, acrescentou.
As últimas iniciativas de abertura demonstram a confiança e o foco da China, disse Zhang Zhao'an, vice-chefe da Academia de Ciências Sociais de Shanghai e um deputado da Assembleia Popular Nacional (APN), o principal órgão legislativo chinês.
O analista em relações internacionais Marcelo Fernández disse que a crescente abertura da China é positiva dada sua importância geopolítica mundial.
"É altamente positivo que a China se abrirá mais ao mundo. É algo que os equatorianos devem aprender para promover nosso desenvolvimento", assinalou o ex-diplomata.
Reforma e abertura mutuamente reforçadas
Ao seguir a política da abertura, a China fez uma escolha que beneficia muito seu próprio crescimento econômico assim como o do restante do mundo.
Especialistas acreditam que a determinação da China de se abrir mais amplamente ao mundo criará um novo ímpeto e trará um frescor para seus esforços de reforma, e como resultado, impulsionará finalmente seu desenvolvimento socioeconômico e melhorará a vida de seu povo.
"Estimular o ímpeto interno para crescimento por promoção da abertura é uma importante abordagem para aprofundar as reformas estruturais", disse Du Benwei, um deputado da APN.
"A abertura e a reforma são, na realidade, como as duas asas de um pássaro ou as duas rodas de uma bicicleta: podem interagir, promover e reforçar uma à outra", explicou Du.
O relatório do governo disse que a reforma estrutural no lado da oferta receberá a prioridade no desenvolvimento do país e que os esforços da reforma se concentrarão em uma variedade de áreas, incluindo a otimização da administração, redução de impostos, maior acesso ao mercado, redução da oferta ineficaz e expansão da efetiva.
"Os empenhos da China para aprofundar as reformas, melhorar a eficiência do governo e incentivar a inovação e o empreendedorismo tiveram impactos positivos no setor econômico", observou Zhang.
"Nos próximos meses, vamos ver uma China com enorme dinamismo", disse Ignacio Martínez Cortés, professor do Centro para Relações Internacionais na Universidade Autônoma Nacional do México (UNAM).
Essas medidas e o objetivo de crescimento econômico de 6,5% estabelecido para 2017 "têm como meta o desenvolvimento sustentável", comentou Martínez à Xinhua em uma entrevista recente.
Enquanto isso, os empenhos de abertura da China estão gerando consequências positivas para o mundo inteiro. Na economia mundial altamente interconectada hoje em dia, a política de abertura da China ajudou a solidificar seu papel como um importante motor para o crescimento mundial.
O desempenho econômico da China contribuiu com mais de 30% do crescimento econômico mundial, colocando o país à frente de muitos outros.
Em 2016, o investimento direto chinês não financeiro no exterior aumentou 44,1% anuais, para US$ 170,11 bilhões, e as companhias chinesas investiram em 7.961 empresas em 164 países e regiões, segundo o Ministério do Comércio.
A economia da China continuará a ser o motor de crescimento e estabilizador para a economia mundial, disse Bambang Suryono, estudioso indonésio e presidente da Fundação ASEAN de Nanyang, um grupo de pesquisa com sede em Jacarta.