Mulheres árabes denunciam na ONU política migratória de Trump

Ativistas participantes da 61 Sessão da Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher (CSW) denunciaram na quarta-feira (15), em Nova York, o veto migratório imposto pelo presidente estadunidense, Donald Trump, medida que dizem afetar o encontro anual da entidade.

Edifício sede das Nações Unidas em Nova York

Trata-se de um veto muçulmano mais que tudo, o que é muito triste, porque está dirigido contra pessoas que vivem em países castigados por conflitos e em alguns casos ameaçados de fome, afirmou a jornalistas a egípcia Fatma Khafagy.

Por sua vez, Zahra Langhi, da Líbia, criticou que prevaleçam as visões da militarização, da criminalização, a repressão e os muros acima da solidariedade, da cooperação e do entendimento.

De acordo com Zahra, o decreto migratório emitido este mês por Trump, que veta por 90 dias a entrega de vistos para pessoas de países como Irã, Somália, Iêmen, Líbia, Síria e Sudão impediu várias delegadas desses países de participarem da CSW.

Nós tivemos a vantagem de contar com vistos válidas para os Estados Unidos há um tempo, mas outras ativistas não tiveram a mesma sorte, lamentou.

Para a líder feminista somali Faiza Jama Mohamed, a comunidade internacional deveria considerar a mudança da sede da ONU para outro país devido a situações como esta.

As mulheres já têm que lidar com muitas limitações internas em nossos países, para agora enfrentar proibições deste tipo, é melhor que as Nações Unidas se mova para outro lugar, afirmou.

A 61ª sessão da CSW foi aberta na segunda-feira e trabalhará durante duas semanas sobre o tema do empoderamento econômico das mulheres como pauta principal na agenda de debates.