Militante do MST é executado a tiros em hospital no sul do Pará
O trabalhador rural Waldomiro Costa Pereira foi assassinado na madrugada desta segunda-feira (20) no hospital municipal de Parauapebas no sul do Pará. Cinco homens encapuzados dominaram os vigilantes, invadiram a Unidade de terapia Intensiva onde estava internado Waldomiro, que levou oito tiros. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), entidade da qual Waldomiro fazia parte desde 1996, se solidarizou com a família.
Publicado 20/03/2017 17:29
“Este é mais um assassinato de trabalhadores no estado do Pará, em que o governo é culpado pela sua incompetência em cuidar da segurança da população e praticado em função da negligencia do estado em apurar e punir os crimes desta natureza”, diz trecho da nota divulgada pelo MST nesta segunda-feira (20).
Trabalham no caso o Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Marabá, das Seccionais de Marabá e de Parauapebas e Divisão de Homicídios de Belém.
NOTA DE SOLIDARIEDADE
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem através desta prestar solidariedade a família e amigos de Waldomiro Costa Pereira (foto abaixo), que foi assassinado na madrugada desta segunda-feira (20). Era militante do MST desde 1996, contribuindo durante um longo período na luta pela Reforma Agrária. Atualmente era assentado no Assentamento 17 de Abril, onde militou desde a ocupação. Atuava também como militante no Partido dos Trabalhadores.
Nos últimos períodos Waldomiro não estava participando das instâncias de direção do movimento Sem Terra, se dedicando ao lote onde vivia. Recentemente tinha assumido o cargo de assessor de gabinete da prefeitura de Parauapebas no governo de Darci Lermen (PMDB).
É com imensa tristeza que lamentamos sua morte e prestamos solidariedade a sua esposa, filhos e toda sua família neste momento de dor e indignação.
O MST desconhece os motivos do assassinato. Como movimento de luta pela vida, repudiamos toda e qualquer forma de violência contra homens e mulheres. Este é mais um assassinato de trabalhadores no estado do Pará, em que o governo é culpado pela sua incompetência em cuidar da segurança da população e praticado em função da negligencia do estado em apurar e punir os crimes desta natureza. Há alto índice de impunidade que se tornou corriqueiro, bem como a ação de grupos de milícias criminosas.
Diante da execução sumária praticada por assassinos dentro do Hospital Geral de Parauapebas sobe vigilância das câmeras do hospital, esperamos que as autoridades tomem as providencias necessárias para julgar tamanha brutalidade cometida por um estado de violência que representa a banalização da vida em nossa sociedade.
“Se calarmos, as pedras GRITARÃO!”
Coordenação Estadual do MST