Enquanto rasga a CLT, Temer diz que “diálogo é a força de seu governo”

Temer afirmou que aposta em um diálogo entre trabalhadores e empresários para conseguir aprovar também a reforma trabalhista.

“Temos dificuldades, temos. Muitas vezes, precisamos equilibrar as contas públicas. Por isso as reformas e as readequações não podem ficar paralisadas. Já passamos o teto de gastos, já aprovamos a reforma do ensino médio, que era fundamental. Temos a readequação trabalhista, que será feita por lei ordinária, portanto, talvez, com maior facilidade de aprovação e fruto de um acordo entre empresários, empregadores e empregados”, afirmou.

Uma das principais críticas do movimento sindical é a falta de diálogo do governo na apresentação das reformas. “Diálogo é a força motriz e mobilizadora do nosso governo”, afirmou Temer.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comparou a aprovação do projeto que regulamenta a terceirização a uma pré-temporada de futebol.

“Estamos que nem início de temporada de futebol. Você organiza seu time, contrata os jogadores, organiza o seu plantel, treina e aí você faz o primeiro jogo. É claro que o primeiro jogo, depois da pré-temporada, não é igual a quando começa o campeonato brasileiro”, disse Maia ao tentar justificar o índice elevado de rejeição ao texto na votação da Câmara.

Apesar do discurso otimista de Maia, os 188 votos contra e 8 abstenções da votação da terceirização demonstra que a proposta da reforma da Previdência, que tem um número maior de parlamentares contrários, terá dificuldades para ser aprovada. O projeto que altera a Constituição precisará de pelo menos 308 votos favoráveis para avançar.

Maia garante que os placares de votação serão melhores. “Tenho certeza que nas próximas votações vamos jogar mais como um time campeão brasileiro do que como um time campeão carioca, paulista ou de qualquer campeonato regional”, afirmou.