Lula: "Coerção contra blogueiro revela o desespero dos acusadores"

Em nota, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “falsa” a justificativa do juiz Sérgio Moro de ameaçar o direito constitucional de sigilo da fonte do jornalista Eduardo Guimarães por supostamente ter avisado da iminência de sua condução coercitiva em março do ano passado. “Estes episódios surpreenderam não apenas o ex-presidente, mas o Brasil e o mundo, por sua violência e ilegalidade”, diz a nota.

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O texto reforça que as informações que Eduardo Guimarães publicou no Blog da Cidadania, em 26 de fevereiro de 2016, diziam respeito exclusivamente à quebra de sigilo fiscal e bancário do Instituto Lula, do ex-presidente, filhos, amigos e colaboradores, incluindo empresas destas pessoas.

A nota informa que Guimarães apresentou o seguinte comunicado para esclarecimento: “Sessão judiciária do Paraná. 13ª Vara Federal de Curitiba. Pedido de quebra de sigilo de dados bancários, fiscais e/ou telefônicos. Requerente: Ministério Público Federal. Acusado: Luiz Inácio Lula da Silva e seguem-se mais ou menos 40 nomes. A partir daí o juiz [Moro] passa a detalhar o pedido. Vou agora ao deferimento, que é o que interessa. Defiro o requerido e decreto a quebra do sigilo bancário e fiscal de: (seguem 43 nomes)”.

“Foram exclusivamente estas as informações que Guimarães apresentou à assessoria do Instituto Lula. Ele procurou a assessoria para confirmar se os nomes listados eram realmente de pessoas próximas ao ex-presidente. Este procedimento é uma prática normal de repórteres e blogueiros. A assessoria do Instituto Lula recebeu e ainda recebe inúmeras solicitações de jornalistas tentando confirmar informações sobre supostas ações da Lava Jato em relação ao ex-presidente”, enfatiza.

Pra o ex-presidente, a coerção exercida contra o blogueiro “revela um movimento para tentar imputar, mais uma vez, ao ex-presidente Lula, condutas que ele jamais teve”.

“Revela também o desespero dos acusadores de Lula, que, após dois anos de investigações abusivas e até ilegais, não encontraram nenhuma prova contra ele e nem sequer um depoimento desabonador, depois que 73 testemunhas de defesa e acusação foram interrogadas pelo juiz Moro”, finaliza a nota.