Temer: “Duvido que Rocha Loures vá me denunciar”

Michel Temer disse em entrevista à revista IstoÉ que não espera que seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures, suplente de deputado do PMDB-PR, assine um acordo de delação premiada.

Michel Temer - Alan Santos/PR

“Não creio. Acho que ele é uma pessoa decente. Eu duvido que ele faça uma delação. E duvido que ele vá me denunciar. Primeiro, porque não seria verdade. Segundo, conhecendo-o, acho difícil que ele faça isso”, disse Temer em resposta às especulações de que o amigo estaria negociando uma delação premiada.

Rocha Loures foi flagrado em vídeo carregando uma mala com R$ 500 mil em dinheiro vivo em São Paulo, entregue a ele por um emissário da JBS. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu novamente a prisão de Loures, que será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer disse que viu com surpresa as cenas de Loures correndo com uma mala. “Não sei a que atribuir isso, se atribuo à ingenuidade suprema, porque o sujeito pegou uma mala numa pizzaria”, disse.

Michel Temer é Investigado por corrupção, obstrução de justiça e formação de organização criminosa no Supremo Tribunal Federal. Ele afirma que tudo não passa de uma “tentativa de derrubar governo”.

“Sujeito [Joesley Batista, dono da JBS] sai de gravadorzinho na mão procurando quem é que ele vai gravar e depois há todo um processo”, minimizou. “O inquérito não tem absolutamente nada ainda. Não tem perícia, não tem interrogatório”, acrescentou.

Ele questiona a validade da gravação como prova. “Isso não pode servir de fundamento desse inquérito”, disse. “Não foi um inquérito contra um cidadão comum. Foi contra uma instituição, que é a Presidência da República”, argumentou.

Apesar de ter um dos maiores índices de rejeição, Temer disse que se sente confortável na Presidência da República, pois “no impeachment da ex-presidente [Dilma], havia milhões de pessoas nas ruas”. “Esse é um ponto importante, não é? Segundo ponto: não havia mais apoio do Congresso Nacional. No meu caso, não. O Congresso está comigo”, garante.

Temer disse que não renuncia porque tem “necessidade de revelar” sua “moral hígida e intacta”.